terça-feira, 19 de novembro de 2013

ASSÉDIO MORAL – POR WAGNER PEDRO


Utilizando um conceito simples, podemos dizer que, o assédio moral é sujeitar alguém a algum tipo de humilhação.

O que é humilhação?

É um sentimento de ser ofendido, menosprezado, rebaixado, inferiorizado, submetido, vexado, constrangido e ultrajado pelo outro. É sentir-se ninguém, sem valor, inútil, magoado, revoltado, perturbado, mortificado, traído, envergonhado, indignado e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento.

Todos esses sentimentos supracitados podem ser encontrados em qualquer ambiente, seja no meio da família, no trabalho e até mesmo dentro de uma igreja evangélica.

A exposição dos trabalhadores a situações humilhantes feitas por seus empregadores durante a jornada de trabalho, a exposição que alguns pais fazem repetidas vezes com seus filhos, as ofensas públicas realizadas por pastores em relação a seus membros.

 Os resultados são igualmente parecidos: os empregados desistem dos empregos, os filhos saem de casa e os membros abandonam a igreja.

O ser humano não suporta pressão de longa duração, é natural ficar desestabilizado emocionalmente, e é cruel saber que nada pode ser feito para mudar, a não ser no ambiente profissional, em que caiba a legislação trabalhista.

A humilhação sempre acontece porque de um lado existe alguém com autoritarismo que adota comportamento aético, desumano, manipulando através do medo, da competitividade, da chantagem (emocional ou material).

Exige-se dos trabalhadores maior qualificação, maior produção em menor tempo, responsabilidade pela manutenção do emprego. Dos filhos, se exige obediência incondicional e jamais discutir absolutamente nada. Do colaborador da igreja se exige sacrifícios, tempo, dinheiro e mão de obra gratuita, sendo que este tem que colocar a igreja em primeiro lugar de suas prioridades.

No ambiente de trabalho às vezes os trabalhadores tem que se sujeitarem a baixos salários, jornadas prolongadas, trabalharem sem registro, trabalharem mais com menos pessoas, exposição a riscos de acidentes e até metas impossíveis de se alcançar. E todos fazem isso com medo de perderem o emprego, medo de serem despejados de suas casas por falta de pagamento do aluguel, por medo de passarem fome, por medo de não arrumarem outro emprego.

No ambiente de familiar, os filhos às vezes são arrimo de família, pagam ou dividem as contas, levam os pais idosos ao médico, cuidam dos irmãos mais novos, não tem privacidade, acatam as opiniões dos pais sem contestar, desde como se vestir até que faculdade cursar, e em alguns casos até com quem namorar. E todos fazem isso com medo de não decepcionarem a seus pais.

No ambiente de igreja, os obreiros recebem espórtula (esmolas), são trabalhadores informais, ou seja, sem contribuição no INSS, são constantemente expostos a situações vexatórias, a cumprirem metas de dízimos, e no tocante aos membros, estes são injuriados, difamados e caluniados muitas vezes. E todos se submetem a isso para não serem castigados por Deus.

A primeira coisa que ocorre com a vítima é o descontentamento, seguido de: falta de prazer na vida, aumento do individualismo, depressão, ansiedade, pânico, medo de se relacionar, desconfiança, diminuição da produtividade, refúgio em vícios, falta de esperança.

Abaixo as estratégias do agressor:

·                    Impedir a vítima de se expressar;

·                    Não manter diálogo com a vítima;

·                    Ridicularizar, inferiorizar, menosprezar na frente de outro trabalhador (serviço), de outro obreiro (igreja) de outro filho (família);

·                    Colocar sempre a culpa dos erros coletivos na vítima;

·                    Desestabilizar o emocional da vítima;

·                    Impor sua autoridade;

·                    Gritar com a vítima;

·                    Não cumprimentar ou ignorar a vítima;

·                    Repetição de ordens;

·                    Sobrecarga de informações;

·                    Esconder as informações;

·                    Excluir de convites sociais;

·                    Ignorar a presença da vítima;

·                    Trocar de função a vítima;

·                    Exigir mudança de horário da vítima;

·                    Exigir tarefas diferentes da vítima;

·                    Cobrar pelo telefone relatórios da vítima;

·                    Dar valor para novatos sem valorizar a vítima mesmo sendo a mais antiga na função ou no local;

·                    Sugerir para as pessoas que a vítima tem problemas psicológicos;

·                    Fazer fofocas falsas sobre a vítima;

Em quais momentos/locais o agressor usa a oportunidade para agredir:

·                    Em reuniões

·                    Festas sociais (aniversários, casamentos, happy hour, etc)

 

Exemplos de frases discriminatórias:

·                    É melhor você desistir, você não tem capacidade!

·                    No seu casamento você vai sofrer muito!

·                    Você nunca será promovido!

·                    Não quer trabalhar fique em casa!

·                    Vou ter que arrumar alguém esperto porque você não dá conta!

·                    A empresa não precisa de uma pessoa como você!

·                    Você é um péssimo filho!

·                    Estou arrependido de ter tido você como filho!

·                    Você é um péssimo obreiro, não faz nada direito!

·                    A igreja não precisa de obreiro frouxo como você!

Sintomas de quem estão sendo vitimas:

·                    Choro

·                    Dores no corpo

·                    Alterações nos batimentos

·                    Crise de raiva

·                    Sentimento de inutilidade

·                    Insônia ou sonolência

·                    Depressão

·                    Diminuição da libido

·                    Sede de vingança

·                    Enxaquecas

·                    Cólicas

·                    Tonturas

·                    Ideias suicidas

·                    Falta ou aumento de apetite

·                    Falta de ar

·                    Vícios

 

O que a vitima deve então fazer?

 

·                  Resistir (procurando seus direitos na Lei ou refutando no possível ao agressor);

·                  Procurar ajuda de colegas, amigos e familiares;

·                  Evitar conversar com o agressor sem testemunhas;

·                  Denunciar a situação nos órgãos competentes;

·                  Se precisar, buscar apoio psicológico;

 

Paciência que nunca se esgota não é paciência: é consentir em servir a outro de maneira humilhante.

Serenidade que nunca termina não é serenidade: é indiferença.

Tolerância que nunca replica não é tolerância: é ter pouca inteligência.

Você foi criado por Deus para a excelência, tome uma atitude!

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

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