sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A VIDA DO APOSTATA - LUDWIG MULLER

Ludwig Müller estudou no Ginásio Evangélico de Gütersloh Stiftischen e estudou teologia em Halle an der Saale e Bona. Em 1905 até 1908 foi auxiliar de pastores em Gütersloh Lehrvikar em Röhlinghausen. Em 1908, tornou-se pároco em Rödinghausen. Em 1914, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial foi sacerdote na Reichsmarine em Wilhelmshaven, em 1920, depois da guerra foi para Stahlhelm.
De 1926 a 1933 Müller foi Capelão e Pastor do exército do distrito da Prússia Oriental (atual Polônia). Em 1931 Müller aderiu ao partido nazista, tornando-se amigo de Adolf Hitler, foi o primeiro que permitiu ao Führer falar com o General Werner von Blomberg, quando ele comandava o distrito. Em 1932 Müller tornou-se chefe do Movimento dos Cristãos Alemães (ou somente Cristãos Alemães), um grupo neo-pagão1 , Müller também era conselheiro de Hitler em assuntos da Igreja Protestante.
Em 1933 quando foi criada a Igreja do Reich, Müller tornou-se candidato para ser o bispo do Reich, Hitler insistia em sua eleição, porém os dirigentes da Federação das Igrejas propuseram o pastor Friedrich von Bodelschwing para o cargo, por isso, o governo nazista interveio, dissolvendo algumas organizações eclesiásticas provinciais, suspendendo diversos membros das igrejas protestantes, utilizando a S.A e a Gestapo para aterrorizar os que apoiavam Bodelschwing. Na véspera da eleição dos delegados ao sínodo que escolheria o bispo do Reich, Hitler pessoalmente ocupou o rádio para exortar à eleição os cristãos alemães. Bodelschwing retirou sua candidatura, e a eleição apresentou uma maioria de cristãos alemães que em setembro, no sínodo de Wittenberg, local escolhido por ser onde Martinho Lutero pela primeira vez desafiara a Igreja Católica, Müller foi eleito bispo do Reich.2 Porém não foi capaz de estabelecer umaa unidade e nazificar completamente as igrejas protestantes, renunciando no final de 1935 depois que a Gestapo prendera setecentos pastores da Igreja Confessional, a opositora da Igreja do Reich. Apesar da renúncia sua influência na Igreja do Reich ainda era muito grande.
Porém o interesse de Hitler pela Igreja diminuiu em 1937 teve, quando o partido nazista assumiu uma atitude mais agressiva contra os cristãos resistentes. Müller permaneceria empenhado no nazismo até o fim, cometendo suicídio após a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial.
FONTE: WIKIPEDIA

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

DESABAFO DE UM PROFESSOR DE TEOLOGIA SOBRE "LEVITAS", "APÓSTOLOS" E OUTROS MODISMOS:‏

Sou um professor de Teologia em crise. Não com minha fé ou com minhas convicções, mas com a dificuldade que eu e outros colegas enfrentamos nos últimos anos diante dos novos seminaristas enviados para as faculdades de teologia evangélica. Tenho trabalhado como Professor em Seminários Evangélicos presbiterianos, batistas, da Assembléia de Deus e interdenominacionais desde 1991 e, tristemente, observo que nunca houve safras tão fracas de vocacionados como nos últimos três anos.
No início de meu ministério docente, recordo-me que os alunos chegavam aos seminários bastante preparados biblicamente, com uma visão teológica razoavelmente ampla, com conhecimentos mínimos de história do cristianismo e com uma sede intelectual muito grande por penetrar no fascinante mundo da teologia cristã. Ultimamente, porém, aqueles que se matriculam em Seminários refletem a pobreza e mediocridade teológica que tomaram conta de nossas igrejas evangélicas.
Sempre pergunto aos calouros a respeito de suas convicções em relação ao chamado e à vocação. Pois outro dia, um calouro saiu-se com a brilhante resposta: "não passei em nenhum vestibular e comecei a sentir que Deus impedira meu acesso à universidade a fim de que eu me dedicasse ao ministério". Trata-se do mais típico caso de "certeza da vocação" adquirida na ignorância.
E, invariavelmente, esses são os alunos que mais transpiram preguiça intelectual.
A grande maioria dos novos vocacionados chega aos Seminários influenciada pelos modismos que grassam no mundo evangélico. Alguns se autodenominam "levitas". Outros, dizem que estão ali porque são vocacionados a serem "apóstolos".

Ultimamente qualquer pessoa que canta ou toca algum instrumento na igreja, se auto-denomina "levita". Tento fazê-los compreender que os levitas, na antiga aliança, não apenas cantavam e tocavam instrumentos no Templo, como também cuidavam da higiene e limpeza do altar dos sacrifícios (afinal, muito sangue era derramado várias vezes por dia), além de constituírem até mesmo uma espécie de "força policial" para manter a ordem nas celebrações. Porém, hoje em dia, para os "novos levitas" basta saber tocar três acordes e fazer algumas coreografias aeróbicas durante o louvor para se sentirem com autoridade até mesmo para mudar a ordem dos cultos.
Outros há, que se auto-intitulam "apóstolos". Dentro de alguns dias teremos também "anjos", "arcanjos", "querubins" e "serafins". No dia em que inventarem o ministério de "semi-deus" já não precisaremos mais sequer da Bíblia.
Nunca pensei que fosse escrever isso, pois as pessoas que me conhecem geralmente me chamam de "progressista". Entretanto, ultimamente, ando é muito conservador. Na verdade, "saudosista" ou "nostálgico" seriam expressões melhores.

Tenho saudades de um tempo em que havia um encadeamento lógico nos cultos evangélicos, em que os cânticos e hinos estavam distribuídos equilibradamente na ordem do culto.
Atualmente os chamados "momentos de louvor" mais se assemelham a show ensurdecedores ou de um sentimentalismo meloso.
Pior: sobrepujam em tempo e importância a centralidade da Palavra e da Ceia nas Igrejas Protestantes. Muitas pessoas vão à Igreja muito mais por causa do "louvor" do que para ouvir a Palavra que regenera, orienta e exige de nós obediência. Dias atrás, na semana da Páscoa comentei com um grupo de alunos a respeito da liturgia das "sete palavras da cruz" que seria celebrada em minha Igreja na 6a feira da paixão. Alguns manifestaram desejo de participar. Eu os avisei então que se tratava de uma liturgia que dura, em média, uma hora e meia, durante a qual não é cantado nenhum hino (pelo menos na tradição de minha Igreja - Anglicana), mas onde lemos as Escrituras, oramos e meditamos nas sete palavras pronunciadas por Cristo durante a crucificação. Ao saberem disso, um deles disse: "se não houver música, não há culto".
Creio que, em parte, isso é reflexo da cultura pop, da influência da "Geração MTV", incapaz de perceber que Deus pode ser encontrado também na contemplação, meditação e no silêncio. Percebo também que alguns colegas pastores de outras igrejas freqüentemente manifestam a sensação de sentirem-se tolhidos e pressionados pelos diversos grupos de louvor. O mercado gospel cresceu muito em nosso país e, além de enriquecer os "artistas" e insuflar seus egos, passou a determinar até mesmo a "identidade" das igrejas evangélicas. Houve tempo em que um presbiteriano ou um batista sabiam dar razão de suas crenças.
Atualmente, tudo parece estar se diluindo numa massa disforme. Trata-se da "xuxização" ("todo mundo batendo palma agora... todo mundo tá feliz ? tá feliz!") do mundo evangélico, liderada pelos "levitas" que aprisionam ideologicamente os ministros da Palavra. O apóstolo Paulo dizia que a Palavra não está aprisionada. Mas, em nossos dias, os ministros da Palavra, estão - cativos da cultura gospel.

Tenho a impressão de que isso tudo é, em parte, reflexo de um antigo problema: o relacionamento do mundo evangélico com a cultura chamada "secular". Amedrontados com as muitas opções que o "mundo" oferece, os pais preferem ter os filhos constantemente sob a mira dos olhos aos domingos, ainda que isso implique em modificar a identidade das Igrejas. E os pastores, reféns que são dos dízimos de onde retiram seus salários, rendem-se às conveniências, no estilo dos sacerdotes do Antigo Testamento.

Um aluno disse-me que, no dia em que os evangélicos tomarem o poder no Brasil acabarão com o carnaval, as "folias de rei", os cinemas, bares, danceterias etc. Assusta-me o fato de que o desenvolvimento dessa sub-cultura "gospel" torne o mundo evangélico tão guetizado que, se um dia, realmente os evangélicos tomarem o poder na sociedade, venham a desenvolver uma espécie de "Talibã evangélico". Tal como as estátuas do Buda no Afeganistão, o "Cristo Redentor" estará com os dias contados.

Esses jovens que passam o dia ouvindo rádios gospel e lendo textos de duvidosa qualidade teológica, de repente vêm nos Seminários uma grande oportunidade de ascensão profissional e buscam em massa os seminários. Nunca houve tanta afluência de jovens nos seminários como nos últimos anos.
Em um seminário em que trabalhei (de outra denominação), os colegas diziam que a Igreja, em breve teria problemas, pois o crescimento da Igreja não era proporcional ao número de jovens que todos os anos saíam dos Seminários como bacharéis em teologia, aptos para o exercício do ministério.
A preocupação dos colegas era: onde colocar todos esses novos pastores?
Na minha ingenuidade, sugeri que seria uma grande oportunidade missionária: enviá-los para iniciarem novas comunidades em zonas rurais e na periferia das cidades. Foi então que um colega, bastante sábio, retrucou: "Eles não querem. Recusam-se! Querem as Igrejas grandes, já formadas e estabelecidas, sem problemas financeiros".
De fato, percebi que alguns realmente se mostravam decepcionados ao saberem que teriam que começar seu ministério em um lugar pequeno, numa comunidade pobre, fazendo cultos nos lares, cantando às vezes "à capella" e sem o apoio dos amplificadores e mesas-de-som.
Na maioria dos Seminários hoje, os alunos sabem o nome de todas as bandas gospel, mas não sabem quem foi Wesley, Lutero ou Calvino.

Talvez até já tenham ouvido falar desses nomes, mas são para eles, como que personagens de um passado sem-importância e sobre o qual não vale a pena ler ou estudar.
Talvez por isso eu e outros colegas professores nos sintamos hoje em dia como que "falando para as paredes". Nem dá gosto mais preparar uma aula decente, pois na maioria das vezes temos sempre que "voltar aos rudimentos da fé" e dar aos vocacionados o leite que não recebem nas Igrejas. Várias vezes me vi tendo que mudar o rumo das aulas preparadas para falar de assuntos que antes discutíamos nas Escolas Dominicais. Não sei se isso acontece em todos os Seminários, mas em muitos lugares, o conteúdo e a profundidade dos temas discutidos pouco difere das aulas que ministrávamos na Escola Dominical para neófitos.
Sei que muitos que lerem esse desabafo, não concordarão em nada com o que eu disse. Mas não é a esses que me dirijo, e sim aos saudosistas como eu, nostálgicos de um tempo em que o cristianismo evangélico no Brasil era realmente referencial de uma religiosidade saudável, equilibrada e madura e em que a Palavra lida e proclamada valia muito mais que o último CD da moda.

De Londrina
Carlos Eduardo Calvani e Coordenador do Centro de Estudos Anglicanos (CEA),
    

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Cronologia da Evangelização no Brasil‏

Cronologia
Brasil Colônia:
1500 (22 de abril) — A armada portuguesa de dez naus e três caravelas, sob o comando de Pedro Álvares Cabral, de 33 anos, chega ao Brasil.

1500 (26 de abril) — Dom Henrique Soares de Coimbra celebra a primeira cerimônia cristã em solo brasileiro. No dia seguinte, à noite, João Faras, o astrô-nomo da armada, chama de Cruzeiro do Sul a constelação cujas principais estrelas formam o desenho de uma cruz.

1500 (1º de maio) — Para comemorar a Paixão de Jesus Cristo, frei Henrique celebra a segunda missa, com a presença de mais de mil portugueses e cerca de 150 nativos.

1517 (31 de outubro) — Martinho Lutero, com a idade de 34 anos, dá início oficial à Reforma Religiosa do Século XVI, depois de dois séculos de continuada decadência da religião. A Europa pega fogo.

1538 — Começam a chegar ao Brasil os primeiros escravos africanos.

1540 — É iniciada a Contra-reforma, com a fundação da Companhia de Jesus, tendo à frente o basco Inácio de Loyola, então com 51 anos. As duas reformas alteram profundamente o clima religioso da Europa.

1549 (29 de março) — Desembarcam na Bahia os seis primeiros missionários jesuítas, na companhia de mais de mil pessoas, entre soldados, funcionários públicos, colonos, artesãos e cerca de 400 degredados. Com eles vêm o primeiro governador do Brasil (Tomé de Sousa) e o padre Manoel da Nóbrega.

1557 (10 de março) — Realiza-se na ilha de Serijipe, na Baía de Guanabara, o primeiro culto reformado abaixo da linha do Equador. O pastor calvinista Pierre Richier, de 50 anos, prega em francês sobre o verso 4 do Salmo 27: “Je demande à l’Eternel et une chose, que je désire ardenment: je vondrais habiter toute ma vie dans la maison de l’Eternel, pour contempler la magnificence de l’Eternel et pour admirer son temple”. Onze dias depois, é organizada a primeira igreja evangélica do Brasil e da América do Sul, e celebrada, pela primeira vez, a Santa Ceia.

1558 (9 de fevereiro) — Nicolau Durant de Villegaignon, de 48 anos, manda estrangular e lançar ao mar na Baía de Guanabara três signatários da primeira confissão de fé reformada da América, conhecida como Confissão Fluminense. Um dos dezessete artigos diz: “Cremos que Jesus Cristo é o nosso único Mediador, Intercessor e Advogado, pelo qual temos acesso ao Pai, e que, justificados no seu sangue, seremos livres da morte, e, por Ele já reconciliados, teremos plena vitória sobre a morte”.

1597 (9 de julho) — Morre, aos 63 anos, na cidade hoje denominada Anchieta, no Estado do Espírito Santo, o missionário jesuíta José de Anchieta, conhecido como “o apóstolo do Brasil”. Seu corpo foi carregado até Vitória por seus fiéis, quase todos indígenas. Anchieta viveu 44 anos no Brasil.

1630 (15 de fevereiro) — Tropas holandesas ocupam Pernambuco e criam no Nordeste brasileiro a Nova Holanda. São 67 navios, 3.700 tripulantes, 3.500 soldados e 1.170 canhões.

1645 (16 de junho) — Um ano depois da partida do governador João Maurício de Nassau para a Europa, soldados holandeses e índios potiguares matam o padre André de Soveral e outros setenta fiéis durante a celebração da missa dominical na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, no Rio Grande do Norte.

1654 (26 de janeiro) — Termina a invasão holandesa. Neste período de 24 anos foram organizadas 22 igrejas reformadas no Nordeste. Essas igrejas e demais ministérios paralelos foram servidos por 54 pastores, 120 presbíteros e igual número de diáconos e mais de 100 consoladores e mestres-escolas.

1804 (7 de março) — É organizada, em Londres, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, a primeira organização interdenominacional com o objetivo de distribuir a Bíblia no mundo inteiro.

1809 — A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira começa a editar a Bíblia em português na versão de João Ferreira de Almeida, morto em 1691. É a primeira Bíblia em português e a 32ª versão integral das Escrituras nas línguas modernas. O público primeiramente visado são os refugiados portugueses que foram para a Inglaterra, quando Napoleão invadiu e ocupou Portugal, dois anos atrás.

1810 (19 de fevereiro) — Assina-se o Tratado de Comércio e Navegação entre Portugal e Inglaterra, segundo o qual o governo de Portugal se obriga a que “os vassalos de Sua Majestade Britânica residentes em seus territórios e domínios [inclusive o Brasil] não serão perturbados, inquietados, perseguidos ou molestados por causa da sua religião, mas antes terão perfeita liberdade de consciência e licença para assistirem e celebrarem o serviço divino em honra do Todo-Poderoso Deus, quer seja dentro de suas casas particulares, quer na suas particulares igrejas e capelas...” Todavia, essas igrejas e capelas têm de ser construídas de tal modo que externamente se assemelhem a casas de habitação, não podendo também ter sinos.

1822 (26 de maio) — Sob protestos do núncio papal Lourenço Coleppi, inaugura-se no Rio de Janeiro o primeiro templo protestante em solo brasileiro, sem aparência externa de templo, como reza o Tratado de Comércio e Navegação. Para impedir qualquer tumulto e por ordem de José Bonifácio de Andrade e Silva, Secretário de Estado dos Negócios do Reino e dos Negócios Estrangeiros, a polícia está de prontidão em volta da Capela Anglicana, na rua dos Barbonos (hoje Evaristo da Veiga).

Brasil Império:

1822 (7 de setembro) — Em viagem a São Paulo, o príncipe regente Dom Pedro, ao tomar conhecimento das pressões de Portugal, resolve proclamar ali mesmo a Independência do Brasil. Menos de dois meses depois, será aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Ele tem, então, 24 anos.

1824 (25 de março) — “Em nome da Santíssima Trindade” é promulgada a Constituição Política do Império do Brasil. O Artigo 5º reza que “a religião católica romana continuará a ser a religião oficial do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com o seu culto doméstico ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de templo”.

1824 — Começam a chegar ao Brasil as primeiras levas de imigrantes alemães, em sua maioria luteranos. O governo brasileiro quer branquear sua população e o governo alemão quer se livrar dos contingentes humanos excedentes, alguns deles desempregados e de precária condição financeira, entre outros motivos de interesse comum. Os imigrantes se fixam especialmente no Rio Grande do Sul.

1837 — Chega ao Brasil o missionário metodista americano Daniel Parish Kidder, como correspondente da Sociedade Bíblica Americana, fundada 29 anos antes. É um jovem de 22 anos, já casado. Percorre o país de norte a sul com o propósito de divulgar a Palavra de Deus.

1846 (9 de novembro) — O papa Pio IX publica a encíclica Que pluribus, na mesma linha das encíclicas anteriores de Pio VIII (Trediti humilitati, de 1829) e de Leão XII (Ubi primum, de 1824). As três encíclicas mostram a preocupação de Roma com a disseminação das Sagradas Escrituras pelas sociedades bíblicas protestantes.

1855 (10 de maio) — Desembarca no Rio de Janeiro o primeiro casal de missionários protestantes, de caráter permanente: Sarah e Robert Kalley. Ele é médico, tem 46 anos e já trabalhou em Funchal, na Ilha da Madeira, onde fundou um hospital e várias escolas. Embora nascido no seio de uma família escocesa muito religiosa, Kalley era ateu até a idade de 26 anos, quando se converteu (1835).

1859 (12 de agosto) — Desembarca no Rio de Janeiro, jovem (26 anos) e solteiro, o missionário presbiteriano americano Ashbel Green Simonton. Menos de cinco anos antes, Simonton não poderia supor que seria missionário. Nessa época nem membro de igreja era. A mudança ocorreu no primeiro semestre de 1855, quando ele professou sua fé em Jesus, abandonou o curso de direito e foi para o Seminário de Princeton.

1860 (6 de maio) — Dom Pedro II faz uma longa visita ao missionário congregacional Robert Kalley, em Petrópolis. Conversam longamente sobre a Terra Santa, onde Kalley permaneceu por três anos antes de vir para o Brasil e depois de ser obrigado a fugir da Ilha da Madeira por motivo de intolerância religiosa.

1864 (5 de novembro) — Começa a circular o primeiro jornal protestante do Brasil e da América do Sul, por iniciativa de Ashbel Simonton. Chama-se Imprensa Evangélica e tem o objetivo de alcançar pela palavra escrita os não-alcançados pela palavra falada. Além do mais, pretende publicar artigos em defesa de reformas legais necessárias à completa liberdade de culto.

1865 (17 de fevereiro) — Poucos dias antes de completar 43 anos, José Manoel da Conceição é ordenado pastor presbiteriano, na cidade de São Paulo. É o primeiro brasileiro a se tornar pastor protestante. Conceição nasceu em São Paulo no ano da Independência do Brasil e fez-se sacerdote católico aos 23 anos. Por causa de suas ênfases bíblicas, era chamado de padre protestante. Tornou-se evangélico em 1864.

1867 — Com a chegada do quase cinqüentenário Junius E. Newman, recomeça o trabalho metodista no Brasil. A primeira tentativa aconteceu em 1835 com Fountain Elliot Pitts, imediatamente seguido por R. Justus Spauding e Daniel Kidder. Por falta de recursos, a missão foi interrompida seis anos depois.

1867 (julho) — Ashbel Simonton expõe ao Presbitério do Rio de Janeiro a seguinte estratégia missionária: 1) A santidade da igreja deve ser ciosamente mantida no testemunho de cada crente; 2) É preciso inundar o Brasil com Bíblias, livros e folhetos; 3) Cada crente deve comunicar o evangelho a outra pessoa; 4) É necessário formar um ministério nacional idôneo; 5) Escolas paroquiais para os filhos dos crentes devem ser estabelecidas.

1868 (5 de janeiro) — O jornal católico O Apóstolo publica: “Um brazileiro protestante sôa tão mal como o nome do traidor a seu paiz e ao seu imperador”.

1880 — Um general derrotado da guerra civil americana, Alexandre Travis Hawthorne põe fogo na Junta de Richmond. Até então, a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos estava convencida de que não valeria a pena enviar missionários para o Brasil, por serem “tão grandes os obstáculos e tão pequena a esperança de vencê-los”. Mas Hawthorne declara exatamente o contrário: “Não há outro país ao alcance dos trabalhos missionários que seja mais convidativo ou que ofereça resultados maiores e mais prontos, com igual dispêndio de dinheiro e esforço”. Empolgada com o discurso inflamado do general, a Junta de Richmond resolve recrutar missionários para o Brasil.

1882 (31 de agosto) — Chegam a Salvador, Bahia, os primeiros missionários enviados pelos batistas do sul dos Estados Unidos: William Buck Bagby, de 25 anos, e Zacarias Clay Taylor, de 31, e suas esposas Ann Luther e Kate Stevens, respectivamente.

1889 (26 de setembro) — Duas semanas e meia antes da Proclamação da República, chega ao Brasil a última das denominações protestantes históricas, a Igreja Episcopal, ligada à Comunhão Anglicana. Os dois missionários pioneiros chamam-se James Watson Morris, de 23 anos, e Lucien Lee Kinsolving, de 27. O interesse desses dois recém-formados pelo Brasil foi provocado pela filha de Ashbel Simonton, que morava nas proximidades do Seminário Teológico de Virgínia, onde os dois rapazes se formaram.

Brasil República:

1889 (15 de novembro) — O alagoano Manuel Deodoro da Fonseca, de 62 anos, com o apoio de outro alagoano, Floriano Vieira Peixoto, de 50 anos, proclama, de madrugada, a república brasileira, pondo fim ao sistema imperial, que durou 67 anos. O golpe militar foi planejado na residência de Deodoro quatro dias antes e tornou-se possível porque a essa altura os fazendeiros, os militares e a igreja haviam retirado seu apoio à monarquia. Pedro II, de 64 anos de vida e 49 anos de governo, e sua família, têm 24 horas para deixar o país. O marechal Deodoro da Fonseca assume o poder como chefe do Governo Provisório.

1891 (24 de fevereiro) — É aprovada e promulgada a primeira constituição republicana, que estabelece a separação entre Igreja e Estado. O Artigo 72 institui o casamento civil, transfere para as autoridades municipais a administração dos cemitérios e acaba com o privilégio da subvenção oficial, bem como as relações de dependência ou aliança com o governo da União ou dos Estados.

1897 — A Diretoria Geral de Estatística divulga os resultados do recenseamento realizado em 1890: o país tem 14.333.915 habitantes. Diz-se que o número está bem aquém da realidade, porque o censo foi feito por meio de formulários que deveriam ser preenchidos pessoalmente, não obstante dois terços da população não saber ler nem escrever. Os três estados mais populosos são Minas Gerais, Bahia e São Paulo. No censo anterior (1872), havia 10 milhões de habitantes.

1910 — Depois de freqüentar por um pequeno período a Igreja Presbiteriana do Brás, em São Paulo, o italiano Louis Francescon, de 44 anos, funda, na capital de São Paulo, a Congregação Cristã no Brasil, a primeira igreja pentecostal do país. Francescon morava nos Estados Unidos, onde recebeu influência do movimento pentecostal nascido em Topeka (Kansas) e continuado em Los Angeles (Califórnia).

1911 (18 de junho) — Os missionários suecos Gunnar Vingren, de 32 anos, e Daniel Berg, de 27, organizam a primeira Assembléia de Deus do Brasil, em Belém do Pará, à qual dão primeiramente o nome de Missão da Fé Apostólica, o mesmo nome da igreja fundada por William J. Seymour em Los Angeles, em 1906.

1922 (8 de maio) — O casal suíço Stelle e David Miche, ele de 55 anos, desembarca no Rio de Janeiro com a missão de organizar no Brasil o Exército de Salvação. No mesmo navio estão o cônsul brasileiro de Genebra e o senador Félix Pacheco, que prometem auxiliar no que for possível.

1942 — Dá-se a fusão da Sociedade Bíblica Americana, no Brasil desde 1854, com a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, no país desde 1856. No relatório de 1876 da Sociedade Bíblica Americana, encontra-se este registro: “Os melhores dentre os brasileiros começam a sentir que não é a República ou a Monarquia, nem a maçonaria nem a superstição, muito menos a decantada civilização do século XIX, e menos ainda a negação de tudo que é sobrenatural, que será capaz de regenerar a sociedade brasileira, mas, sim, tão-somente as doutrinas de nosso Senhor Jesus Cristo, tais como se encontram na Palavra de Deus”.

1948 (10 de junho) — Organiza-se no Rio de Janeiro a Sociedade Bíblica do Brasil, cujo objetivo é “promover e intensificar, sem escopo lucrativo, a difusão das Escrituras Sagradas como meio de elevação moral, social e espiritual do povo brasileiro”.

1951 (15 de novembro) — O ex-galã de Hollywood convertido em Los Angeles e batizado pela pastora Aimee Semple McPherson, fundadora da International Church of The Four-Square Gospel, Harold Williams, organiza, em São João da Boa Vista, São Paulo, a primeira Igreja do Evangelho Quadrangular do Brasil.

1955 — O jovem pernambucano Manoel de Mello, de 26 anos, organiza em São Paulo a primeira igreja pentecostal brasileira (a Congregação Cristã fora “importada” dos Estados Unidos), com o nome de Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo. Manoel de Mello é aquele que disse: “Quero ser um urubu nas mãos de Deus e não uma ave bela e rara nas mãos do diabo”.

1962 (março) — O jovem paranaense David Miranda, de 26 anos, organiza em São Paulo a Igreja Pentecostal Deus é Amor. Ex-congregado mariano e devoto de São Gonçalo do Amarante, David Miranda experimentou uma profunda convicção de pecado que o levou à conversão dois dias antes de completar 22 anos.

1970 — Dois missionários jesuítas americanos residentes em Campinas, São Paulo, Harold J. Rahm, de 51 anos, e Edward J. Dougherty, de 29, dão início à Renovação Carismática Católica no Brasil. O movimento havia começado três anos antes, num retiro espiritual realizado por 25 estudantes e dois professores da Universidade do Espírito Santo em Duquesne, numa casa de retiro chamada The Ark and the Dove, em Pittsburg, nos Estados Unidos.

1974 (6 de outubro) — O evangelista Billy Graham, de 56 anos, encerra a cruzada de evangelização realizada no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, com a presença de cerca de 250 mil pessoas.

1977 — Edir Macedo, de 33 anos, deixa a Igreja de Nova Vida, do bispo Robert McAlister, e o serviço secular, e funda a Igreja Universal do Reino de Deus.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

BERACHOT - As benção sobre os alimentos

Na cultura judaica, antes de ingerir qualquer alimento deve-se pronunciar uma bênção. Através deste ato demonstrasse reconhecer que Deus criou todo o universo e que Ele é a fonte da vida e da existência. Segundo os rabinos, esta é uma forma de pedir “permissão a Deus” para usufruir do alimento dado pela terra.
No judaísmo até um ato físico pode ser uma forma de se espiritualizar, se realizado com a boa intenção.
Depois de comer se agradece a Deus por ter proporcionado a alimentação, recitando as “Brachót Acharonót”, ou mais conhecido como “bênçãos finais”.

RESUMO DA SÉRIE: COMO SE TORNAR UM LÍDER DE SEITA – POR WAGNER PEDRO

INTRODUÇÃO: A série "Como se Tornar um Líder de Seita" explora a trajetória de diversos líderes carismáticos que fundaram seitas ...