(I)
O CENÁRIO DA IGREJA ATUAL:
Encontramos um grande problema na
igreja atual, ela tem usado vários métodos para trazer crescimento, tem procurado
mais fazer do que ser, está cada vez mais escasso o amor ao próximo,
encontramos narcisismo egoísta, hiper individualismo, igrejas que só focalizam
certo grupo de pessoas, pastores desiludidos, membros com medo de entrar numa
igreja e ser extorquido. Existe um número muito grande de crentes insatisfeitos
com a igreja atual e as livrarias estão repletas de livros e DVDs de pastores
prescrevendo remédios para essas doenças.
A cada dia nascem uma heresia
aberrante, pregações estimulantes que geram milagres em várias pessoas e frustram
outros tanto. Por sugerir a negação dos sintomas ou a recusa de cuidados
médicos em nome da fé. Em nome dessa fé a ortodoxia bíblica tem sido
ridicularizada pela mídia.
A Teologia da prosperidade já
chegou a provocar a morte de adeptos, tragédias que foram constatadas nos EUA e
em Portugal. “Um dos casos mais conhecidos nos EUA é o de Wesley Parker, um
garoto de onze anos que sofria de diabetes e cuja vida dependia do uso diário
de injeções de insulina”. Depois de ser ministrado por um desses pregadores
triunfalistas, Wesley chegou a sua rua dizendo que Deus o curara e seus pais
não lhe deram mais injeções de insulina. Wesley passou a demonstrar um quadro
com várias evidências de diabete, mas, seus pais convictos na cura do milagre,
negligenciaram o remédio mesmo sob exortações sérias de seu pastor. Wesley
acabou falecendo e seus pais foram presos. [1] Decepcionados com a graça.
Mario Justino de Souza, ex pastor
da Igreja Universal escreveu um livro “Nos bastidores do Reino”, onde relatou
que que após cinco meses que sua mãe morrera de câncer, sua irmã recebera um
carta do pastor da igreja onde dizia que estava com saudades da irmã e que
sentira falta dela nos cultos a cinco meses. No final o pastor assinou dizendo
que era escravo da irmã em Cristo Jesus e para finalizar colocou uma mensagem
de observação dizendo que fazia 5 meses que a irmã não entregava o dizimo.[2] Nos
bastidores do Reino
Guiness diz que até igrejas
teologicamente conservadoras tem aderido à secularização. Ele diz também que
“as duas marcas mais facilmente reconhecíveis de secularização na América são a
exaltação dos números e dos métodos”.[3] Jantando com o Diabo
(II)
- PREGAÇÃO EXPOSITIVA:
Não estamos buscando uma igreja
perfeita e sim saudável...
A principal tarefa de todo pastor
é a pregação expositiva. É do consenso de vários pastores que todas as
características que tornam uma igreja saudável estão interligadas com a prática
primária da pregação expositiva.
O que é pregação expositiva?
R; Ela é geralmente descrita em
contraste com a pregação tópica. O sermão tópico pega um tópico criado e o
considera, em vez de usar um texto especifico das Escrituras como o seu
assunto. O sermão tópico começa com um assunto particular sobre o qual o
pregador deseja falar, exemplo (oração, a justiça, a paternidade, a
santificação e etc...). Depois de escolher o tópico, o pregador reúne vários
textos, de diferentes partes da Bíblia, e os combina com experiências e
ilustrações do dia a dia.
O Sermão Expositivo de modo geral
não nasce da escolha de um tópico ou assunto especifico que acho que a igreja
deve ouvir. Pelo contrário, admito que toda a Bíblia é relevante para nós em
todo tempo. Na meditação de um texto bíblico, na leitura dele em devoção para
se preparar a mensagem, você encontra no texto coisas que não esperava
encontrar. Você acaba surpreendido pela verdade primordial da passagem bíblica,
e consequentemente pelo que deve se tornar o principal alvo do seu sermão.
A pregação expositiva não é
apenas um comentário falado sobre determinada passagem da Bíblia. Antes, a
pregação expositiva é aquela pregação que tem como alvo primordial do sermão
aquela verdade bíblica salientada em uma passagem especifica da Bíblia. É isso.
O pregador abre a Palavra e a expõe para o povo de Deus.
“Um compromisso com a pregação
expositiva é um compromisso em ouvir a Palavra de Deus”... Mark Deber
Um pastor que não prática a
pregação expositiva, provavelmente nunca pregará mais do que sabia quando
começou todo seu aprendizado.
O pastor pode abrir um texto e
ler um versículo que lhe trará grande bênção para sua alma, mas não aprendeu
necessariamente o que Deus tencionava dizer por meio daquela passagem.
Quando o pregador prega
regularmente de um modo que não seja expositivo, os sermões tendem a serem
apenas os tópicos que interessam a ele.
O resultado é que o pregador e a
congregação ouvem na Bíblia somente o que já pensavam quando chegou aquele
texto. Não há nada novo a ser acrescentado ao entendimento deles. Não estão
sendo constantemente desafiados pelas Escrituras.
A pregação deve sempre (ou quase
sempre) ser expositiva, porque a Palavra de Deus deve estar no seu centro,
norteando-a. De fato, as igrejas devem ter a Palavra como o seu centro,
dirigindo-as.
Para que possamos entender melhor
o valor da pregação expositiva passaremos a abordar três pontos importantes com
relação à Palavra de Deus:
1º O papel das Escrituras em nos
dar vida;
2º O papel das Escrituras em nos santificar e
3º Qual o papel que deve ter o
pregador da Palavra de Deus na igreja.
Iº) O papel da Palavra de Deus
em nos dar vida:
Consideremos o inicio, onde a
Bíblia começa. Consideremos (Gn 1). Ali vemos que foi por sua Palavra que Deus
criou o mundo e toda a vida que há nele. Deus falou, e assim aconteceu. Em (Gn
3) vemos a queda de Adão e Eva, como eles pecaram e a consequência de seus
pecados, foram lançados para longe da presença de Deus.
Eles perderam, literalmente, sua
visão de Deus. Mas Deus em sua grande graça lhes enviou misericordiosamente sua
voz, de modo que ouvissem a Palavra da promessa. Em (Gn 3:16) Deus amaldiçoou a
serpente, Deus lhe advertiu que a semente da mulher a esmagaria. Essa pequena
palavra é a primeira palavra de esperança que Adão e Eva receberam após seu
pecado.
Em (Gn 12) Abraão ouve a Palavra
de Deus e dessa forma o povo de Deus é criado pela Palavra de Deus. Abraão não
fez um concilio para formar a Palavra de Deus, mas, esta criou o povo da
promessa através da fé.
A expressão “a Palavra do Senhor”
aparece mais de 3.800 vezes no A. Testamento.
IIº) O papel da Palavra de
Deus em Santificar:
Temos que considerar, também, o
papel da Palavra de Deus em nossa santificação. Como nos dias do rei Josias em
(2º Cr 34), a Lei – a Palavra escrita de
Deus – foi redescoberta e lida para aquele rei. A resposta de Josias foi rasgar
suas vestes, em arrependimento, e ler a Palavra ao povo. Uma restauração nacional
ocorreu quando a Palavra de Deus foi anunciada. Deus usa sua Palavra para
santificar seu povo e torna-lo mais semelhante a Ele mesmo.
Precisamos da Palavra de Deus
para ser salvos, mas também para que ela nos desafie e molde continuamente.
Lembremo-nos do lema das igrejas
reformadas: “eclesia reformata, semper reformanda secundo Verbum Dei” – a igreja
reformada, sendo sempre reformada de acordo com a Palavra de Deus”.
Temos de ser moldados de novas e
profundas maneiras, por meio do plano de Deus para nossa vida, e não por meio
de nosso próprio plano.
(III) O Papel do Pregador da
Palavra de Deus:
Se você está procurando uma boa
igreja, a coisa mais importante que você deve levar em conta é “O que eu penso
a respeito do papel do pregador da Palavra de Deus?”
A coisa mais importante numa
igreja não é se todos os membros são agradáveis, se a música é boa ou não.
Estas coisas podem mudar. Mais o compromisso da igreja com a centralidade da
Palavra que vem do púlpito, do pregador, daquele a quem Deus dotou de modo
especial e chamou ao ministério – este é o fator mais importante que você deve
procurar em uma igreja.
Certa feita o reformador Martinho
Lutero foi indagado sobre suas realizações, ele disse: “Simplesmente ensinei,
preguei, escrevi a Palavra de Deus” não fiz mais nada...A Palavra fez tudo.
III - O EVANGELHO
O que significa Boas Novas?
R: As boas novas não são apenas
que tudo está bem conosco, as boas novas não são apenas que Deus é amor; As
boas não são apenas que Jesus quer ser nosso amigo; As boas novas é que devemos
viver corretamente (Arrependimento – Fé).
IV - UM ENTENDIMENTO BÍBLICO DA CONVERSÃO
1º A mudança é necessária? 2º A
mudança é realmente possível? 3º De que mudança necessitou? 4º O que esta
mudança envolve? Assentimento Mental? Resolução Moral? Confiar apenas em Cristo
5º Como acontece esta grande mudança? Não fazemos nada? Fazemos tudo? Deus
opera esta fé salvadora em nós
Iº) A mudança é necessária?
A Bíblia ensina claramente que
uma mudança é necessária.
A) A Bíblia coloca que todos
estão debaixo do pecado (Rm 3: 9-20). Diante do que a Bíblia nos ensina,
podemos considerar duas importantes verdades:
1º Necessitamos desesperadamente
de Deus; 2º Deus não deve sua graça a ninguém (O que Deus nos deve é justiça
para com nossos pecados).
Na Bíblia encontramos figuras
radicais que tratam de nossos pecados: estar em dívida – em escravidão – estar
na miséria – estar morto. (Estamos numa situação desastrosa e temos de sair
dela. É evidente que uma mudança é necessária).
IIº) A mudança é Realmente
Possível?
Vimos como uma mudança é
necessária, mas ela é realmente possível?
R: Muitos são incrédulos quanto a
essa mudança, pensam que devem continuar como estão e que isso é maturidade.
Acham que é inútil nutrir esperanças de que algum tipo de mudança fundamental
ocorrerá: A mudança fundamental é apenas uma fantasia? Não, de acordo com a
Bíblia.
A Bíblia ensina não somente que
precisamos mudar, mas também que a mudança é possível (João 3; Atos 9; Efésios
2 e 1º Pedro 1). De acordo com a Bíblia, esta é a parte crucial das boas novas:
a mudança é possível.
IIIº) De que mudança
necessitamos?
R: Alguns acreditam que a mudança
que deve ocorrer é ser mais desinibido em servir a si mesmo – aprender melhor
como dispor os seus recursos para atingir seus objetivos. Ghandi explicou a
conversão pela autopurificação e autorrealização. Outros dizem que conversão só
pode ser apenas uma mudança que nos ajude a atingir nosso próprio potencial.
Qualquer mudança tem de fortalecer a nós mesmos; nunca deve alterar
fundamentalmente a nós mesmos ou convencer-nos do erro.
A Bíblia não trata conversão com
“descobrir a nós mesmos”, e sim como “mudar de direção”. A Palavra arrependimento
no Antigo e no Novo Testamento significa literalmente mudar de direção.
Significa mudar de nossos pecados para o único Deus verdadeiro.
Alguém disse “O primeiro passo em
direção ao Deus verdadeiro é reconhecer que não somos esse Deus”. A verdadeira mudança
de que necessitamos é esta conversão de adorarmos a nós mesmos para adoração a
Deus, de sermos culpados em nós mesmos, diante de Deus, para sermos perdoados
em Cristo. Esta é a mudança de que necessitamos.
IVº) O Que esta mudança
envolve?
1º) Assentimento mental...Muitos
acham que conversão é apenas um assentimento mental. “Preciso somente fazer uma
decisão, ir à frente após o apelo, fazer uma oração”. Outros acham que seria
nutrir alguns sentimentos morais, unir-se a uma igreja, participar de programas
e atividades e etc.
Entretanto, a Bíblia nos ensina
que o tipo de mudança de que necessitamos envolve mais do que isso. Inclui
deixar nossos pecados e voltarmos para Deus. Inclui o arrepender-nos de nossos
pecados e seguir a Deus. A conversão envolve tanto a mudança do coração para
com Deus como o crer e confiar em Cristo e em Sua Palavra.
O problema de pessoas que se
acham convertidas, quando realmente não o são. O grande pregador de Londres no
século XIX Spurgeon, certa feita andava na rua, quando um bêbado que se
encostava a um poste lhe perguntou em voz alta: “Hei, Sr. Spurgeon, se lembra
de mim? Spurgeon lhe respondeu: “Não, e por que deveria lembrar-me”? “O homem
lhe disse: “Por que eu sou um de seus convertidos”“. A isso Spurgeon replicou:
“Bem, você deve ser um de meus convertidos, mas certamente não é um dos
convertidos do Senhor”.
2º) Resolução moral?
Outros creem que a conversão
consiste apenas em viver uma vida boa. Se esforçar para possuir mais moralidade
– uma coleção de resoluções morais próprias. Crê que a conversão é assumir a
responsabilidade de desenvolver habilmente a própria moralidade, bondade – a
própria retidão; purificar seus atos tornar-se mais aceitável aos olhos de
Deus.
3º) Confiar apenas em Cristo