terça-feira, 29 de março de 2022

Babilônia – pelo Dr. Wagner Pedro Lima

De acordo com a pesquisadora Leick Gwendolyn (2001, p.23), a cidade de Eridu, localizada no território atual do Iraque, constitui-se em uma espécie de “Éden” mesopotâmico. No mito, o deus babilônico Marduk criou o mundo até então conhecido e, com isso, a primeira cidade, Eridu.

Para Gordon Child (1978), o primeiro centro urbano teria sido Erich, de origem suméria. Em suas palavras:

Erech começou como uma aldeia de agricultores neolíticos. A decadência e renovação de aldeias sucessivas [...] que lentamente subia acima do nível da planície alagada. O primeiro metro e meio desse morro artificial consiste totalmente em ruínas de cabas de junco ou casas de tijolos de barro. Os restos simples recolhidos ali ilustram o progresso resumido de uso de metal, roda de cerâmica, etc. A aldeia cresce de tamanho e riqueza, mas continua uma aldeia. Mas de súbito, ao invés das paredes e lareiras de cabanas modestas, surgem os alicerces de uma construção realmente monumental (CHILDE,1978,p.29).

Há ainda pesquisadores que defendam que os primeiros grupos urbanos surgiram em Ur, local onde pode-se encontrar os primeiros resquícios de fixação humana. Contudo, é importante notar que, apesar destas divergências acerca de qual teria sido a primeira cidade, sabemos o que possibilitou seu surgimento. A sedentarizarão humana através do desenvolvimento da agricultura e da domesticação de animais possibilitou uma maior expectativa de vida e, com isso, as famílias tornaram-se maiores. Com mais filhos para ajudar no campo, uma área cada vez maior poderia ser cultivada, e uma aldeola, formada inicialmente de casas simples e perecíveis, transformou-se, aos poucos, em uma vila de casas maiores e mais duráveis. O que antes era apenas um núcleo familiar se desenvolvera em uma pequena comunidade, transferindo a existente lealdade familiar para o grupo.

As cidades mesopotâmicas possuíam uma organização independente, apresentando autonomia política, econômica e religiosa. Configuravam-se em CIDADES ESTADOS.

O controle destas cidades estava nas mãos de um único governante que, na maioria das vezes, desempenhava o papel de um rei.

As aldeias primitivas da Mesopotâmia estavam organizadas em clãs, cada qual com a sua divindade e seus sacerdotes. Essas aldeias sobreviviam da agricultura e de algumas trocas, o que contribuiu para que esses povos se mesclassem e dessem início a cidades, as quais não eram unificadas em torno de um único deus-rei como acontecia em outras sociedades. Cada cidade possuía suas divindades próprias e suas maneiras específicas de cultuá-las.

No geral, as religiões mesopotâmicas eram politeístas e os governantes representavam os deuses na terra. Também eram as divindades as responsáveis pela vida e pela morte, além de decidirem coisas mais triviais, como as chuvas e as vitórias, ou perdas, nas guerras. Ainda, os deuses possuíam a mesma dicotomia humana: podiam ser bondosos ou maldosos, dependendo de seus estados de espírito.

Os descendentes de Noé se estabeleceram em Shin ‘ ar (shainar) Sinear Mesopotâmia. Deus queria que eles se espalhassem e multiplicassem.

Ninrode (bisneto) de Noé, em desobediência liderou uma rebelião contra Deus. Senão vejamos:

“E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.
Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro. Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra, e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra.”
Gênesis 11:3-9

A palavra Babilônia é a forma grega de escrever Babel. No ano 2.000 antes de Cristo, Hamurabi reergue a Babilônia.

Hammurabi foi o sexto rei da primeira dinastia babilônica. Conseguiu, durante o seu reinado, conquistar a Suméria e Acádia, tornando-se o primeiro rei do Império babilônico.

 No final do seu reinado, uma enorme "estela" em diorito [rocha], na qual ele é retratado recebendo a insígnia do reinado e da justiça do rei Marduk foi erigida. Abaixo mandou escrever 21 colunas, 282 cláusulas que ficaram conhecidas como Código de Hamurábi (embora abrangesse também antigas leis). Essa legislação estendeu-se pela Assíria, pela Judéia e pela Grécia.

Os assírios dedicaram-se as técnicas de guerra, com um poderoso exército, o primeiro exército organizado do mundo. O segredo de sua eficácia militar era o domínio da tecnologia do ferro na fabricação de armas e ferramentas. A eficiência de seus ataques explica-se também pelos velozes carros de guerra puxados por cavalos. Seu objetivo era saquear os povos conquistados e obrigá-los a pagar tributos.

A cidade da Babilônia tornou-se o maior centro cultural e comercial de todo o Oriente.

A cidade da Babilônia:

Uma cidade que possuía 200 mil habitantes, sendo a maior cidade planejada e protegida da terra. Idólatras adoravam Ishtar deusa do amor e Meroque conhecido como Bel que quer dizer “Senhor”.

A cidade era o poço de vícios do mundo antigo. Nabucodonosor construiu uma torre chamada de zigurat no lugar da torre de Babel.

Legado Cultural da Mesopotâmia:

· Divisão do ano de 12 meses e a semana de 7 dias;

· A divisão do dia em 24 horas;

· A crença nos horóscopos e os doze signos do zodíaco;

· O hábito de fazer plantio de acordo com as fases da Lua;

· O círculo de 360 graus;

· O processo aritmético da multiplicação;

· O cálculo das quatro operações aritméticas;

            . A extração de raiz quadrada;

· A álgebra;

· O sistema de numeração sexagesimal, que dividiu a circunferência em 360º e à hora em 60 minutos;

· A distinção entre planetas e estrelas;

· A arte de prever eclipses;

· O primeiro conjunto de leis escritas, o Código de Hamurabi, feito pelos babilônios no século XVIII a. C.

Profecias:

Na Bíblia existem diversas menções a Babilônia. O profetismo em Israel condenava o estilo de vida dos babilônios.

Anunciai entre as nações; e fazei ouvir, e arvorai um estandarte, fazei ouvir, não encubrais; dizei: Tomada está babilônia, confundido está Bel, espatifado está Merodaque, confundidos estão os seus ídolos, e quebradas estão as suas imagens. Porque subiu contra ela uma nação do norte, que fará da sua terra uma solidão, e não haverá quem nela habite; tanto os homens como os animais fugiram, e se foram. Jeremias 50:2-3

Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão. Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortuosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro. Dar-te-ei os tesouros escondidos, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome. Isaías 45:1-3

 

Evolução Histórica da Babilônia:

1.                  No ano de 1.400 A.E.C (600 anos depois de Hamurabi) os Hititas invadem e acabam com a Babilônia.

 

2.                  No ano 689 A.E.C (711 anos depois de Hamurabi) o Rei Senaqueribe da Assíria queima a Babilônia.

 

3.                  No ano 612 A.E.C (7 anos depois de incendiada)  a Babilônia comandada pelo Rei Nabucodonosor  toma o Egito. No mesmo ano toma Jerusalém e transforma Judá em seu servo.

 

4.                  603 A.E.C (2 anos depois) Nabucodonosor invade Jerusalém e deixa suas tropas.

 

5.                  597 A.E.C (6 anos depois) Joaquim o príncipe foi levado cativo e Zedequias foi colocado como Rei fantoche.

 

6.                  596 A.E.C (1 ano depois que Zedequias foi empossado) ocorre a traição, Zedequias se alia ao Egito.

 

7.                  587 A.E.C Nabucodonosor queima tudo inclusive o Templo de Salomão.

8.       No ano 562 A.E.C morre o rei Nabucodonosor.

9.  No ano 539 A.E.C (vinte e três anos depois) Belssazar neto de Nabucodonosor oferece banquete para 1.000 príncipes. Nesta mesma noite faleceu conforme registrado em Daniel cap. 5.

O tempo da Babilônia havia se acabado, no mesmo dia, Ciro o Grande, invade a Babilônia e destrói tudo que encontra pela frente.

Conclusão:

A Babilônia para nós cristãos representa um sistema mundano que nos afasta do nosso criador (apocalipse 17:5). A Babilônia recebeu o que merecia no curso da história humana porque aqueles que governaram pensavam em si mesmo como pequenos deuses. Todos aqueles que vivem em um sistema mergulhado no pecado, terá o mesmo fim desta nação, que foi amaldiçoada, destruída e que ficou no passado.

Que nós cristãos não sejamos moldados segundo a Babilônia moderna que continua com os mesmos métodos, mas que apenas tem outros nomes (Romanos 12.2)

Bibliografia:   

 1. GIORDANI, M. C. História da Antiguidade Oriental. Rio de Janeiro, Vozes, 2012.
 2. GNERRE, M. L. A.; POSSEBON, F. (orgs.). Cultura oriental: língua, filosofia e crença. João Pessoa: Editora da UFPB, 2012.
 3. LEICK, G. Mesopotâmia: A Invenção da Cidade. Rio de Janeiro: Imago,2003.
 4. PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2005.
______. 100 textos de história antiga. São Paulo: Contexto, 2001.
  

 5. Dicionários Filosófico Volt Arie 

 6. Bíblia Online

 

 

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