quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Feridos Pela Religiosidade - Por Roseni líder do Celebrando a Recuperação - IBAB

O ser Idealizado: o ser que seremos quando chegarmos à estatura da pessoa de Cristo. (I Co 13)
• Perfeito
• Poucas ou nenhuma área a recuperar
• Sem a natureza pecaminosa
• Ama a todos o tempo todo
• Não tem emoções negativas (ira, tristezas, dúvidas)
• Não tem limites físicos, é incansável
• Não tem apetite sexual (assexuado)
• Não chora, não questiona
Termos desejos idealizados sobre nós mesmos faz parte de quem somos.
Provérbios 31 é o exemplo de uma mulher idealizada.
Efésios 4:14
O Ser Real: Onde estamos em nossa caminhada (aqui e agora)
• É aquele que somos neste momento pós-queda, ante-paraíso
• Ele não é o ser ideal (perfeito)
• É o ser caído, que está sendo redimido, um dia de cada vez, à imagem do criador
• É limitado por suas fraquezas e falências
• Tem dores, dúvidas e áreas a serem recuperadas
• Ainda tem áreas não foram desenvolvidas emocionalmente
• Imaturidade ainda faz parte deste ser real
• Chora, questiona, sofre
Naturalmente, valorizamos o nosso ser ideal mais do que o nosso ser real. É o modelo que tivemos num
passado remoto e o modelo do que seremos no futuro, quando nos tornarmos completamente à
imagem de Cristo que está sendo formada em nós, um dia de cada vez.
A religião no contexto deste estudo é fazer com que vivamos nos escondendo, negando e tranferindo
para o outro nosso ser real. Quando o ser real aparece, negamos, fingindo que não existe de fato. Uma
vez que já recebemos Jesus como nosso salvador, escondemos (negamos) ou projetamos no outro os
aspectos deste ser real que não damos conta de admitir.
Quando religiosos, não damos conta de admitir que ainda estamos no processo da recuperação
(santificação) e que Cristo ainda não está formado inteiramente em nós.
Se exigimos perfeição de nós mesmos todo o tempo, sabendo que ainda estamos vivendo com a
natureza adâmica, não conseguimos avançar na nossa recuperação !!!
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“Recuperar de que, uma vez que já vivo a vida ideal ???”.
“Religioso não precisa da graça nem para si, nem para o outro”
Para entrarmos na recuperação precisamos admitir que temos imperfeições, fraquezas e imaturidades.
Precisamos admitir o ser real falho por quem Cristo morreu na cruz.
A Religiosidade julga o real como inaceitável e traz condenação e ira para o mesmo (como se eu,
negando e condenando o real, pudesse me livrar dele).
Ricardo chegou no consultório com sentimentos de suicídio e enlouquecimento.
Ricardo negou seu ser real. Não admitia falhas nem limitações.
Julgamento (religioso) e Aceitação (recuperação)
Quando aceitamos com amor, como Jesus o fez, nosso ser real (Ele nos amou quando ainda éramos
pecadores), existe esperança para transformação e cura.
Aceitação é a resposta para o dilema entre nosso ser Ideal e nosso ser Real (passo 2, lição 3).
Romanos 8:1 - Já não há condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus. As demandas do ser ideal
foram cumpridas em Jesus Cristo. Não mais somos condenados por não sermos ideais.
Só conseguimos confessar quando chegamos ao ponto de saber que não há mais condenação para
aqueles que estão em Cristo.
A natureza do relacionamento entre o ideal e o real precisa ser de graça, de amor incondicional, de
aceitação.
Recuperação acontece quando almejamos o ser ideal (Cristo sendo formado em nós), e ao mesmo
tempo conseguimos aceitar o real que ainda está em nós. Quando o real é amado e aceito, ele é
encorajado a almejar o ideal.
Distorções do ideal
O que muitos de nós pensamos do ser ideal não tem nada a ver com o que Deus fala do ser ideal.
Por exemplo, o ser ideal tem necessidade de relacionamentos . “Não é bom que o homem esteja só” ...
Deus falou isto antes da queda”.
Porém achamos que isto é coisa do ser real. Que a pessoa, quanto mais “santa”, menos precisa de
intimidades e relacionamentos.
Outras negam sentimentos, enquanto Deus tem emoções, ira, amor.
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Quando falhamos em aceitar o mau e o bom
• Perfeccionismo: é uma demanda para um mundo antes da queda, pois tem a pretensa ideia que
num mundo caído conseguiremos a perfeição
• Idealismo: incapacidade de ver o mau como ele realmente é
• Negação: incapacidade de tolerar fraqueza
• Incapacidade de tolerar sentimentos negativos (ira, tristeza, desapontamentos) - pessoas
plásticas
• Crises de pânico
• Culpa: quando não podemos admitir nossas faltas, não conseguimos trazer o ser real à confissão
e à relação com Deus e com os outros. Nunca conseguimos chegar a entender o texto
“nenhuma condenação há”. Não conseguimos experimentar aceitação, a culpa nos destrói.
• Tornamos-nos religiosos para encobrir, negar o que não gostamos em nós. Projetamos no outro
o que é nosso. (Exemplo: mulher adúltera).
O que destrói o poder da religiosidade - Confissão (grupos de apoio, passos, apadrinhamentos
prestadores de contas)
Tiago 5:16
O que foi escondido na escuridão vem para a luz, e pode ser amado por Deus e pelo outro.
Quando confessamos para outros, eles podem começar a nos aceitar e curar o nosso isolacionismo,
mudamos para uma posição na qual podemos ser amados.
Celebrando a Recuperação quebra a religiosidade e nos coloca na horizontal. Nos tira do papel do
religioso que julga que atira a primeira pedra, e nos coloca no papel de graça e misericórdia.
Exemplos de anti-religiosidade na vida de Jesus:
1. Pureza social: Jesus e as crianças - Marcos 10:13-16. O religioso tem um olhar diferente, pois o
mesmo é focado no nível religioso, sócio-econômico e social das pessoas com quem anda. O
olhar do religioso é tendencioso (Marcos 12:14). Não se prende à aparência dos homens;
2. Tempo de lazer: observando os lírios do campo, a viúva com a moedinha (Mateus 6);
3. Absolvendo a mulher pega em adultério (João 8:1-11);
4. Cura no sábado, lavagem das mãos antes da refeições - religiosos estabeleceram códigos de
santidade, gostavam de rituais ;
5. Não fazia conta da popularidade - João 6 (vocês também não querem ir?);
6. Era autêntico em suas preferências - tinha amigos mais próximos, amou e chorou a morte de
Lázaro, era o mais próximo de João;
7. Não temia a rejeição - João 6 (Anás e Caifás temiam perder o posto);
8. Não usava ferro e fogo (orelha do soldado) - Mostrar o seu poder;
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9. Não era competitivo (batismo que João fazia);
10. Sabia perdoar (perdoa-lhes porque não sabem o que fazem);
11. Não precisava ser contemplado.
Sugestões práticas:
1. Até onde a pessoa com quem você está andando mostra vulnerabilidade?
2. Até onde ela te deixa errar sem ter que fazer que enfie a ideia dele ou dela por tua goela
abaixo?
3. Cuidado com frases como “- Deus me disse que você . . . “
4. Não aceite que ninguém te diga o que fazer, como fazer e onde fazer. Celebrando não é vertical,
é horizontal, o padrinho e madrinha não vão te dizer o que fazer;
5. Aqui no Celebrando todos estamos em recuperação, não sacrifique a tua recuperação entrando
em relacionamentos precoces com outro celebrante que acabou de chegar;
6. Há dor na recuperação, porém há muito prazer na caminhada, que é leve.
Conclusão
“Vinde a mim todos que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, porque o
meu fardo é leve e o meu jugo é suave “. Mateus 11:28-30
Adultecimento
É o processo no qual deixamos os relacionamentos verticais e movemos para relacionamentos
horizontais, com outros adultos e conosco mesmos.
1. Adultecer é assumir a posição de autoridade na vida, um aspecto muito importante da imagem
de Deus. É quando paro de culpar os outros pelo desenrolar da minha própria vida.
Quando entendemos que ninguém nos faz fazer nada ou sentir nada a não ser nós mesmos, e que
somos totalmente responsáveis por nossas ações e reações, estamos de fato no processo do
adultecimento. O que fazemos ou sentimos é de inteira responsabilidade nossa.
“Não somos responsáveis pelo que fizeram conosco, porém somos inteiramente responsáveis pelo
que fazemos com o que fizeram conosco”.
2. Outra parte do adultecer é ser capaz de doar o seu olho direito e servir outros em submissão
(oferecer a outra face). Não reagir por escolha (adulto) é diference de não reagir por medo.
(codependência).
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Adultecer é o processo no qual tomamos maiores responsabilidades à medida que amadurecemos. No
processo natural de desenvolvimento, começamos com relacionamentos verticais, meus pais falam e
eu obedeço, aos poucos saio deste tipo de relacionamento vertical para um relacionamento horizontal.
(Lucas 2:52)
A pessoa adulta se identifica com o papel de adulta a ponto de fazer coisas de adulto sem conflito,
desenvolve carreira, lida com sua sexualidade, estabelece amizades, trata os outros como
companheiros e banca suas próprias opiniões.
3. Pessoas que precisam de demasiada aprovação de outros tolhem o seu adultecer: João 12:42-43
O religioso tende a ser um codependente ou dependente emocional (uma pessoa não adultecida), pois
precisa em demasia que o outro o olhe, o admire e o veja como “o cara”, por isto o religioso não gosta
de grupos de partilhas, não acha que pode falhar, tende a ser perfeccionista, pois acha que corre o
risco de não ser aceito se souberem de suas inadequações. Ele precisa ser idealizado e aceito pelo
outro.
4. Adultos não precisam de permissão do outro para pensar, sentir ou agir, porém se
responsabilizam pelo que pensam, sentem e fazem. É uma permissão interna o que os definem,
é de dentro para fora (Coluna dorsal interior).
Jesus não precisava ser uma figura parental na vida das pessoas. As pessoas podiam escolher gostar ou
não gostar dele (João 6, o jovem rico, Judas, Pedro). Pelo contrário, Ele dizia que se todos gostassem de
nós, algo poderia estar errado (Lucas 6:26).
5. O regredido sempre procurará por figuras de autoridade que o validem. O religioso terá muita
dificuldade com o Celebrando a Recuperação. Ele tende a não querer se implicar com o
programa, pois acha que qualquer um também é outro religioso, vai querer ministrar em sua
vida, e ele miraculosamente adultecerá. Ele também não dá conta de olhar para suas áreas de
recuperação. Ele continua necessitando projetar no outro o que é dele.
Sugestões para vítimas da religiosidade
1. Admitir que fui responsável por colocar o(a) outro(a) no papel de Deus em minha vida.
(Perda de cash, bens, vigor, tempo, traumas de infância, adolescência e vida adulta).
O outro levou, foi com a nossa permissão. Demos sem nos questionar (Vítimas ativas).
2. Perdoar o religioso, a instituição ou apessoa que me usou para seu próprio benefício
3. Trabalhar meu adultecimento:
Falando a verdade - validamos nossa infantilidade através de mentiras.
Preciso estabelecer:
• O que gosto/o que não gosto
• Onde quero ir/onde não quero ir
• Quem eu quero caminhando perto de mim/com quem eu não quero caminhar neste
momento
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• Qual voluntariado eu quero assumir/qual voluntariado eu não quero assumir neste
momento
• Não dou conta de estar sob a liderança desta pessoa, posso ser engolido
Trabalharmos nossa integridade: pontualidade, vida financeira, palavra, inteireza no que
fazemos. O Adulto é uma pessoa confiável.
4. Desenvolver relacionamentos horizontais nos quais não sou tratado de maneira infantilizada
5. Cuidado com o “liberou geral”, que também é infantilidade e não adultecimento
6. Não perder de vista que nossa recuperação é o que nos ajuda a não perpetuarmos a
religiosidade . Tornar-se um algoz, uma vez que já fomos vítimas, é muito fácil.
(Relacionamento com nossos cônjuges, filhos, pais, familiares, ...).
Recebamos aqui no Celebrando as vítimas da religiosidade como que pisando em solo sagrado,
aqui choraremos a perda perda de nossos bens, infância, sexualidade, cônjuge, nossa vida . . .
Sugestões para religiosos
1. Mergulhemos na graça, através da confissão – grupos de apoio, grupos de passos, prestadores
de conta, amadrinhamento e apadrinhamento.
2. Tenhamos cuidado com figuras e instituições religiosas que nos remetam a relacionamentos
verticais.
3. Não percamos de vista nossa recuperação, que é o que assegurará que não perpetuaremos a
religiosidade
4. Incluamos atividades lúdicas (prazerosas) em nossa rotina: arte, dança, natação, caminhadas ,
museus
5. Estejamos com pessoas que nos proporcionem boas gargalhadas. Cuidado com amigos
“pesados”.
Recebamos aqui no Celebrando os religiosos, entendendo que os mesmos precisam da mesma
graça que oferecemos aos que lidam com traumas emocionais, dependências e maus hábitos.
No ambiente do Celebrando costumamos preterir os religiosos, o que é um contra-senso.
Conclusão:
Leitura de: Mateus 11:28 -30

RESUMO DA SÉRIE: COMO SE TORNAR UM LÍDER DE SEITA – POR WAGNER PEDRO

INTRODUÇÃO: A série "Como se Tornar um Líder de Seita" explora a trajetória de diversos líderes carismáticos que fundaram seitas ...