Inicialmente acredito que
temos que defender uma Teologia Bíblica que é a revelação dos grandes
ensinamentos centrais das Escrituras, observados segundo a estrutura natural da
Bíblia, isto é, do Gênesis ao Apocalipse. Neste diapasão, temos a Teologia
Paulina, exposta pelo apóstolo Paulo que com brilhantismo fala sobre os pontos
basilares da salvação do homem.
Mas o que vemos hoje são
advogados de Agostinho, de João Calvino e de Jacob Arminio.
O fato é que muita dessas
discussões tem criado divisões no meio da igreja. William Barclay fala sobre
isso no seu opúsculo Obras da Carne e Fruto do Espírito. No grego DICHOSTASIA:
dissensões, discórdia, desavenças, facções, espírito partidário, ficar a parte.
O próprio Agostinho disse:
Nas coisas essenciais, a unidade, nas coisas não essenciais, a liberdade, em
todas as coisas, a caridade.
O que eu como operador da
Teologia entendo, é que devemos saber e entender todos os sistemas
soteriológicos expostos pelos teólogos ao longo da história da igreja, mas sem
esquecer que o tema salvação é por demais complexo.
Nos EUA o Dr Pipper está
fazendo uma verdadeira campanha em favor do calvinismo, inclusive com o curso Os
Pilares da Fé, assim como os inúmeros livros publicados pela editora fiel e a
proliferação de posts nas redes sociais, ligada ao fato de teólogos renomados
defenderem a eleição, houve um aumento de arminianos se voltando ao calvinismo,
sobretudo entre os jovens. Mas cumpre
mencionar que, os teólogos renomados que defendem o calvinismo, assim já o
faziam, pois já são oriundos de igrejas reformadas históricas.
O que me causa preocupação é
ver jovens mudando sua posição apenas por causa da modinha do momento (não
querendo generalizar). Mas muitos sequer conhecem o Arminianismo Clássico que
oportunamente em outro texto pretendo expor. Estão sendo atraídos em parte porque parece
ter um ar de intelectualismo e por culpa de pastores da Assembleia de Deus que
falam mal do calvinismo eivado de preconceitos, mas são incapazes de elaborar
um raciocino lógico e esclarecedor a esses mesmos jovens sobre o que é a crença
em que nos apoiamos, razão pela qual a crescente migração de muitos em relação
a aparente novidade, mas que na verdade é uma discussão tão antiga como a própria
igreja.
Igualmente, são sabidos bem
os pontos de discórdia entre Agostinho e João Cassiano, mas oportuno dizer, que
havia discórdia, porém havia respeito mutuo, e ambos até tinham algo em comum
que era refutar os ensinos de Pelágio.
Na verdade o que deveríamos
fazer é ler todas as obras de Agostinho, Calvino, Cassiano, Arminio e até de
Pelágio (algo que poucos se propõem a fazer, afinal a maioria se socorre do
Google).
A maioria dos novos
calvinistas e arminianos, na verdade me deixam intrigado no que diz respeito ao
seu comportamento de revanchismo, rivalidades e soberba.
De qualquer forma o sistema
soteriologico calvinista esta carreado de super-lógica e de certa forma no seu
bojo tem argumentos robustos inegáveis, porém a doutrina arminiana em um
contexto geral e sistemático ao que parece se harmoniza de forma mais coerente
com as características éticas de nosso Criador. Desta forma, vemos
possibilidade de defender e de atacar a ambos os sistemas, todavia, o que
enxergo é que devo respeitar a Fé alheia, pois transcende a qualquer razão, e
aqueles que se dizem seguidores do Livro Bíblia anda pela Fé, pois em muitas
questões fogem a lógica racional humana.
Diante dessa critica, quero
dizer que não me preocupo se Jesus era agostiniano ou arminiano, mas concerteza
se estivesse entre nós hoje, Ele mandaria que seus discípulos saíssem para
pregar o evangelho e não ficassem perdendo tempo em uma discussão que é um
ciclo sem fim.
Por fim, caro leitor,
prossigamos em fazer a Obra de Cristo em humildade e amor, sem nos julgarmos
melhores do que ninguém, principalmente em assuntos que não são primários e
questões que a Fé esta em pauta, importa que sejamos respeitosos em toda nossa
maneira de ser, no agir e no falar.