segunda-feira, 30 de maio de 2022

HOROSCOPO – HISTÓRIA E OPINIÃO - Por Dr. Wagner Pedro Lima

 

Trata-se de um mapa das posições relativas aos planetas e dos signos zodiacais num momento específico (como o do nascimento de uma pessoa).

Os astrólogos afirmam conseguir determinar o caráter e os traços de personalidade de uma pessoa e até prever os acontecimentos da vida de alguém apenas interpretando tal mapa.

Há milhares de anos, quando nossos ancestrais observavam o céu noturno, eles viam um mar de luzes. Eles não sabiam o que eram, mas perceberam uma coisa: seus movimentos eram previsíveis e elas claramente causavam efeitos nas estações do ano, nas marés, nas colheitas.

Fazia sentido pensar que as luzes influenciavam todos os aspectos da vida. Quase todas as culturas ancestrais do mundo inventaram a astrologia.

As pessoas acreditam em todo o tipo de misticismo, mas só a astrologia tem uma coluna fixa nos grandes jornais.

Na índia, astrólogos têm programas de TV em grande canais de notícias. Na China muitas mulheres planejam ter filhos em anos de sorte.

Mesmo sabendo que não é algo cientifico por que tantas pessoas, de tantas culturas, ainda procuram significado nas estrelas?

A ideia de 12 signos do zodíaco remete há mais de 2.000 anos, na antiga Babilônia, atual Iraque. Eles notaram que havia cerca de 12 luas novas ao longo de um ano. Então dividiram a trajetória do Sol em 12, cada parte marcada por uma constelação.

Mapear símbolos nas estrelas, como um touro ou um escorpião, os ajudava a manter um registro ao longo dos anos. Foi assim que criaram seu signo solar. Originalmente, era a constelação em que o Sol estava quando você nasceu.

Mas o signo solar é apenas um dos seus signos. Tudo é mapeado no que os astrólogos chamam de mapa astral. O mapa astral é um retrato do céu no momento em que você nasceu. Desta forma, você tem um signo solar, um lunar e um ascendente, ou seja, o signo que estava ascendendo no céu quando você nasceu.

O mapa é dividido em 12 casas, para áreas diferentes da sua vida. Elas incluem as posições dos planetas em o grau entre eles. Segundo os astrólogos querem fazer pensar, importa a casa do signo, mas também importa, por exemplo, se você nasceu com Marte, o planeta da guerra, na casa do romance.

Esses mapas são milenares, e foram usados para prever o futuro de figuras notáveis por toda a História. Enquanto acreditávamos que o universo girava ao nosso redor, a astronomia anotava as estrelas e os planetas e a astrologia interpretava a influência deles sobre nós.

Então, naturalmente, foi um astrônomo que espalhou essa versão da astrologia pelo mundo. E não foi um astrônomo qualquer: Claúdio Ptolomeu.

Ele era importante, no Egito, no século 2, ele escreveu um dos mais importantes livros de astronomia da História. Foi o primeiro a mapear com precisão a velocidade e rotação dos planetas ao redor da terra. E foi assim que os calendários foram calculados nos 1.500 anos seguintes.

Ptolomeu também escreveu um dos livros de astrologia mais influentes de todos os tempos: o Tetrabiblos.

No mundo de Ptolomeu não havia divisão entre astrologia e ciência. O tetrabiblos ajudou a espalhar a astrologia grega pelo oriente médio e índia.  Na china tinha seu próprio zodíaco, igualmente antigo, baseado no seu nascimento.  

No Século 16 a Rainha Elizabeth I contratou o astrólogo John Dee para prestar consultoria em astrologia. Shakespeare fazia referência á astrologia em quase todas as suas peças.

Galileu Galilei derrubou a noção astrológica de que tudo girava em torno do ser humano e deu o entendimento que o planeta orbita ao redor do sol. Porém até Galileu fazia horóscopos para familiares e clientes ricos com a astucia de ganhar em troca lucros.

No século 17 com o avanço da ciência, a astrologia e a astronomia foram separas para sempre.

Em 1930 um jornal de Londres publicou uma coluna do astrólogo R. H. Naylor para celebrar o nascimento da princesa Margaret. Depois a coluna se tornou fixa, e ele começou a fazer horóscopos para os leitores comuns, baseado apenas nos signos solares deles. E a ideia pegou entre os jornais.

Carl Jang, famoso psicanalista era um ferrenho defensor da astrologia, conforme se comprova nas cartas que escrevia para Sigmund Freud.  

Nos anos 60 começou a arte através das músicas a enaltecerem a nova era de aquário. A escritora Linda Goodman, em 1968, teve seu livro SEU FUTURO ASTROLÓGICO entre os mais vendidos do New York Times, no total foram 30 milhões de cópias, traduzidos para mais de 15 idiomas.

Nos anos 80 havia até linhas diretas para pedir conselhos cósmicos.

Importante mencionar que nesses mais de 2000 mil anos o eixo da terra mudou, logo, então os signos solares mudaram, e tecnicamente, agora há um 13º signo chamado serpentário.

 

CONCLUSÃO:

As previsões não têm qualquer base em fatos científicos.  Estudos demonstram que as pessoas que não se sentem no controle de suas vidas, tem mais disposição para acreditar em horóscopos. Na verdade o que acontece é que o horoscópo segundo a psicologia causa o chamado efeito placebo (que é quando algo não real reflete na vida de forma real pelo poder psicológico). De tanto se acreditar em algo, isso se torna real. A pessoa se torna suscetível a se identificar com o seu horóscopo porque ela sente a necessidade de se apegar em algo.

É o efeito explicado pelo famoso pioneiro do circo P. T. Barnaum. Baseado em um estudo de 1949, em que 39 universitários receberam perfis de personalidade que supostamente eram baseados em um exame psicológico. Mas, na verdade, todos os perfis eram idênticos, e descreviam traços genéricos. Apenas um estudante questionou a descrição do teste.

O segredo do sucesso de um horóscopo são suas descrições, tendem a ser muito ambíguas, e dentro do possível positivas, mais ou menos como os bilhetes da sorte do biscoito que acompanha a comida chinesa de alguns fast food.

Hoje os horóscopos fazem muito sucesso em milhares de sites na internet que lhe proporciona realizar um teste de mapa astral gratuitamente.

Na pandemia houve um aumento de 67% na procura por vídeos de astrologia no Youtube.

No Facebook, aumentou 116% e no twitter o engajamento aumentou quase 300%    

Acho que o grande apelo da astrologia, mesmo por pessoas instruídas, vem do fato de que ela oferece algo que não se consegue em outros lugares, previsão do futuro.

Na minha opinião o perigo da astrologia é o desejo de buscar um sentido oculto nas estrelas para explicar sua própria vida, dispensando a busca de se conectar com Deus e de examinar suas próprias atitudes no dia a dia.

RESUMO DA SÉRIE: COMO SE TORNAR UM LÍDER DE SEITA – POR WAGNER PEDRO

INTRODUÇÃO: A série "Como se Tornar um Líder de Seita" explora a trajetória de diversos líderes carismáticos que fundaram seitas ...