terça-feira, 22 de julho de 2014

A história do Protestantismo no Mundo Part. 3










Após a era protestante da Reforma, um período de consolidação começou a delinear fronteiras teológicas e políticas na Europa. Em 1559, a Paz de Augsburgo acabou com as guerras entre os luteranos e os exércitos católicos do imperador do Sacro Império Romano Carlos V. Esse acordo permitiu que cada soberano territorial do Império determinasse se sua terra seria luterana ou católica. Nenhuma outra fé era permitida. Na França, guerras religiosas intermitentes chegaram ao fim com o Edito de Nantes, em 1598. Concedia certa liberdade religiosa aos protestantes franceses chamados huguenotes, mas foi rescindido quase um século depois. Os huguenotes foram forçados a fugir para as montanhas francesas ou emigrar. No início do século 17, Jaime VI, da Escócia tornou-se o rei Jaime I da Inglaterra e fez uma reunião para resolver disputas entre bispos anglicanos e os reformadores. Embora sem lograr resolver questões envolvendo os governos e o culto, chegou-se a uma tradução oficial em inglês da Bíblia para ser usada em todas as igrejas britânicas. A chamada "Versão Autorizada da Bíblia"; mais conhecida como versão do Rei Jaime (ou Conhecida como King's James Version), surgiu em 1611.

No século 17, a Guerra dos 30 Anos invadiu terras do Sacro Império Romano e acabou com a paz de Westphaliam, em 1648. O império agora reconhecia as igrejas reformadas, além de católicos e luteranos. As guerras civis inglesas na década de 1640 deram liberdade por alguns anos para os presbiterianos dissidentes dos quakers. Fundados por George Fox na década de 1640 e conhecidos como Sociedade dos Amigos, eles mantinham várias convicções consideradas extremamente radicais pelo resto da sociedade. Os quakers afirmavam que práticas protestantes tradicionais, tais como o culto, o batismo e a comunhão eram exteriores e deviam ser rejeitadas. Não permitiam nenhuma ordem especial de pastores. Assim, as mulheres vieram a exercer maior liderança entre os quakers do que em outras expressões protestantes. Acreditavam em revelação imediata por obra do Espírito na vida dos crentes e consideravam a revelação bíblica como uma fonte claramente secundária. Essa revelação podia ser dicernida pela luz interior que Deus teria concedido a todas as pessoas. "Pessoas entram e ficam em silêncio, apenas entram uma de cada vez ou com suas famílias, e o silêncio continua por cerca de uma hora, dependendo do que acontece e de como são tocadas." (Jonatham Snipes – Sociedade de Amigos, Encontro Anual na Filadélfia). "Isto vem dos quakers pioneiros: que Deus está dentro de todo mundo. E todo o resto deriva disso, incluindo a revelação contínua e a busca pela verdade." (Conselho Educacional Quaker - Key Edstene). "Para eu levantar e romper o silêncio? Sinto que só farei isso quando meu coração dispara e eu souber que é algo que preciso dizer. Mas a sensação é de sempre haver um espírito se movendo no grupo." (Jonatham Snipes – Sociedade de Amigos, Encontro Anual na Filadélfia).

Com o decorrer do século 17, alguns protestantes reformistas e luteranos começaram a se queixar do caráter da fé e da sua vida religiosa que surgia dos esforços que competiam para definir a ortodoxia. Esses críticos foram chamados de pietistas. O pietismo gerou uma grande quantidade de atividade prática incluindo atenção a questões sociais como educação, auxílio aos pobres, abolição da escravidão e temperança. O esperimento religioso inglês terminou quando a monarquia inglesa foi restaurada por Carlos II, em 1660 e a religião anglicana foi rapidamente restabelecida. Os protestantes fora da Igreja inglesa tornaram-se oficialmente conhecidos dessidentes e o Ato de Tolerência de 1689 permitiu seus cultos. O ressurgimento evangélico ocorreu em circunstâncias bem diferentes na Europa, na Grã-Betanha e nas colônias britâncias na América. Um historiador identificou quatro propriedades da religião evangélica. Primeiro, seu interesse na conversão ao cristianismo, baseado na crença de que vidas precisam ser mudadas. Segundo, a mensagem do Evangelho é expressa no esforço tanto pessoal como social. Terceiro, também há grande consideração pela Bíblia. E, finalmente, a visão evangélica da expiação enfatiza que não basta reverenciar Jesus como líder espiritual. Os evangélicos proclamam que Jesus foi um Salvador que foi sacrificado na cruz pelos pecados da humanidade.

Uma das formas mais importantes de evangélicos do século 18, foi o movimento metodista, fundado e liderado pelo anglicano João Wesley. O entendimento de Wesley da mensagem e da tarefa cristã, refletia em vários aspectos dos ideais do pietismo. O movimento de Wesley visava renovar as instituições existentes em vez de estabelecer uma nova instituição religiosa. Centrava-se nos leigos e pregava o crescimento na santidade, mais do que a correção teológica. "Para Wesley, o coração do cristianismo é o amor a Deus e o amor ao próximo. Sua preocupação principal não era com uma compreensão intelectual da fé, mas preocupava-se em viver a fé na vida das pessoas." (Kenneth L. Carder - Bispo da Igreja Metodista - Igreja Metodista Unida - Espaço Episcopal Nashville). Mas em vários pontos Wesley foi além do que os pietistas tinham ido um século antes. Ele acreditava que todo ser humano tem um papel em sua salvação. Isso significava que ele opunha à doutrina da predestinação. Sobre a questão de se a graça de Deus é oferecida só a alguns ou a todos, Wesley entrou em discórdia com os calvinistas. "Pela sua crença na 'graça divina universal, para todos e em todos', citando as sua palavras, ele assim propagou a mensagem do amor redentor de Deus por todas as pessoas: juntou pessoas em pequenos grupos, educou-as na fé e então enviou pessoas para a América, para continuar aquele movimento. Ele não tinha intenção de iniciar uma nova igreja. Ele somente estava interessado em espalhar a santidade das Escrituras pela Terra." (Kenneth L. Carder - Bispo da Igreja Metodista - Igreja Metodista Unida - Espaço Episcopal Nashville). "O quadro 'Ofereça-lhes Cristo' foi feito com tamanha pesquisa que é como se pudéssemos voltar ao final do século 18 e ver João Wesley enviando Tomás Coke para a América. A pesquisa é tão completa, que o Sol está na posição correta, às nuvens corresponde à época do ano, o nível da água está correto e, felizmente, o pintor pôde ir até a Inglaterra e examinar esta área específica. Assim ele pôde examinar, estudar e retratar as coisas com precisão." (Katheryn Kimball)

Wesley organizou pequenos grupos por sexo e estado civil. Também desenvolveu uma organização de pastores para viajar entre as comunidades metodistas.

João Wesley morreu em 1791. Durante a sua vida, o movimento metodista permaneceu parte da Igreja Anglicana. Mas, após sua morte, aos poucos foi se tornando uma religião à parte.

Um culto protestante típico possui leitura da Bíblia, orações, sermão e canto de toda a congregação. Mas o que os protestantes cantam e como o fazem, mudou consideravelmente com o passar dos séculos.

Durante o século 16, os primórdios do protestantismo: o canto geralmente envolvia canções métricas. Os primeiros protestantes só aceitavam orações contendo as próprias palavras de Deus. Assim, diziam que o saltério era o hinário cristão por excelência. Mas, embora a salmodia fornecesse hinos clássicos, como o Salmo 100, apenas algumas variações dos textos antigos podiam ser usadas.


Wesley se impressionou com o poder da música de mover os ouvintes e de despertar suas emoções. E o movimento metodista aproveitou-se ao máximo dessa oportunidade. Ele recomendava a construção de capelas octagonais, pois a acústica delas era boa para pregar e cantar. João Wesley estava plenamente ciente de que música exagerada ou inapropriada poderia afastar as pessoas da intenção espiritual adequada. Assim, ele propôs que só canções e hinários autorizados deveriam ser utilizados em encontros metodistas.

O irmão dele, Carlos, escreveu milhares de versos metodistas sobre uma ampla gama de assuntos. "Se você quiser saber de fato no que os metodistas crêem, descobrirá melhor lendo e ouvindo os hinos de Carlos Wesley do que de qualquer outro jeito, e a teologia que será cantada é uma teologia que terá impacto sobre a sociedade e as pessoas. Os hinos mais conhecidos talvez sejam familiares a todos os cristãos.
'Hark! The Herald Angels Sing'. 'Christ The Lord Is Risen Today'. 'O for a Thousand Toungues to Sing'. 'Love Divine, All Loves Excelling'. São do tipo de palavras, hinos e canções que penetram fundo na alma e essência das pessoas e da sociedade inteira." (Kenneth L. Carder - Bispo da Igreja Metodista - Igreja Metodista Unida - Espaço Episcopal Nashville).

Os hinos protestantes floresceram no século 19. Os hinos e canções apoiavam causa de organizações voluntárias, tais como sociedades missionárias e grupos de temperança. Hinos seriam adaptados a eventos como cultos de "reviva". As convicções básicas de uma comunidade religiosa também podiam ser forçadas e lembradas pela música, que, por sua vez podia ser adaptada para diferentes ambientes.

A Igreja Anglicana dominava as primeiras colônias americanas na Virgínia do século 17. Como veremos mais tarde, o anglicanismo também dominaria as futuras colônias sulistas.


Nas colônias centrais, povoados em Nova York e New Jersey eram reformistas ou presbiterianos escoceses-irlandeses. Os quakers estabeleceram-se na Pensilvânia. Tal mistura gerou mais diversidade religiosa nas colônias centrais do que nas outras colônias.

As colônias puritanas no norte privilegiaram um meio-termo. Elas não eram nem sectárias nem episcopais. Mas um agregado de congregações individuais, cujos os membros comandavam a comunidade. Elas se estabeleceram na Nova Inglaterra visando a estabelecer um experimento sagrado que se tornaria uma luz para as nações.

A conversão ao puritanismo incluía uma série de estágios pelos quais as pessoas deveriam passar. Mas mal haviam começado e já surgiram os desafios e dissidência.

Roger Willians, um pastor puritano, opôs-se à mistura de autoridades civil e religiosa em sua colônia de Massachusetts. Willians foi banido, e iniciou a colônia de Rhode Isaland com uma base religiosa bastante diferente.

Anne Hutchinson acusou pastores de tornarem as obras humanas parte de um processo de conversão. Sua acusação penetrou fundo no coração da teologia puritana. Hutchinson foi julgada diante dos pastores e também foi banida.

Mais tarde, os quakers chegaram à colônia de Massachusetts para pregar sobre a obra do Espírito Santo e para defender a tolerância de crenças dissidentes. Eles também foram banidos. Alguns dos quakers banidos voltaram a Massachusetts e, na segunda prisão, foram encarcerados ou enforcados.

Em 1742, o pastor congregacional da Igreja de Northampton, Jonathan Edwards, escreveu sobre o que as pessoas chamavam de "um grande despertar nas colônias". O despertar da América foi parecido com o europeu, mas foi tão trágico que Edwards começou a achar que Deus fazia algo especial na América. Uma renovação da religião agora se centrava na conversão daqueles fora da Igreja e na separação daqueles que ainda não tinham sido convertidos.

Fortes opiniões sobre tais questões dividiram os presbiterianos entre a chamada "facção nova", que defendia o despertar e sua oponente "facção antiga". Este cisma presbiteriano persistiu por volta de 20 anos. No final, o Grande Despertar provou ser um dos movimentos mais influentes da História americana.

No século 18, o sul dos EUA continha apenas as 4 colônias de Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do sul e Geórgia. Todas, menos a Virgínia, recentemente assentadas. Mas as tradições que se iniciaram no sul acabaram por causar grande impacto sobre o protestantismo dos EUA. Batistas e metodistas no sul chamavam-se de irmão e irmã, e incluíam escravos em suas famílias religiosas. Os sulistas se concentravam mais em questões de santidade pessoal frequentemente condenando danças e bebida. Eles tentavam reproduzir a instituição religiosa anglicana na que se tornaria conhecida como Igreja Episcopal nos EUA.

O novo estilo religioso dos despertares do século 18, transformou o convívio entre as raças negra e branca. Os evangélicos no Sul dos Estados Unidos em geral, acolhiam bem todos os tipos e condições de pessoas incluindo pastores negros, que viraram líderes de comunidades religiosas, principalmente batistas e metodistas.

Muitos evangélicos eram contra a escravidão. Mas no início do século 19, o evangelismo branco recuou em suas posições antiescravagistas e o evangelismo negro seguiu por uma trilha distinta. "Em novembro de 1786, a ruptura mais drástica, com a igreja mãe, a Igreja Metodista de São Jorge, na Filadélfia; ocorreu quando Absalom Jones, William White e Richarde Allen tentaram ajoelhar e orar no altar. Os diáconos da igreja, que era predominantemente branca os retiraram fisicamente e a congregação, o segmento negro da congregação, sentiu-se ultrajado. E eles, de um modo bem dramático, se retiraram. Em decorrência disso, entre 1787 e 1791, uma Igreja, sob o nome de The First Church Mother Bethel, na Filadélfia, nascia." (Rovert. D. Taylor, Jr. – Escritor, Historiador e Ministro de Música - Mother Liberty C.M.E. Church)

O novo estilo religioso do século 19 era cada vez mais baseado em valores democráticos. Algo que os metodistas e batistas possuíam em abundância. Em seus pastores, eles queriam entusiasmo mais que educação, e encorajavam a participação dos leigos em todos os aspectos da obra, incluindo a pregação.

Os pastores itinerantes adaptaram-se bem à expansão da fronteira ocidental. E a ênfase metodista e batista no livre-arbítrio em vez de predestinação, encaixou-se ao espírito da nação.

Tal panorama se tornou a base para uma nova onde de "revivals" no primeiro terço do século 19. E energia espiritual dos "revivals", espalharia novas denominações como a Igreja Presbiteriana de Cumberland e a Igreja Cristã ou Discípulos de Cristo. "O fenômeno que estava tomando o Kentucky naquela época foi o segundo grande despertar, em especial o grande "revival" em Cana Ridge, em agosto de 1801 e acabou por ser o mais climático e grandioso de todos os "revivals". Havia pessoas de todas e de nenhuma convicção religiosa. Mas um fenômeno surgiu que ainda nos causa espanto hoje, como causava naquela época. As pessoas surpreendiam-se fazendo exercícios espirituais. Algumas rolavam no chão, algumas latiam como cães, algumas tinham grandes surtos de gargalhadas. É um mistério, mas quem pode explicar tudo que se relaciona com o Espírito? Porém, há um acordo e é o poder desse momento de transcender as divisões entre denominações. Presbiterianos ouvem metodistas, metodistas ouvem batistas. Que bom era estar em comunhão no mesmo espírito na adoração de Deus." (Peter Morgan – Presidente da Sociedade Histórica dos Discípulos de Cristo)

Normalmente, mulheres não podiam se tornar líderes protestantes. Mas muitas participavam daquele entusiasmo, empregando-o a seu modo. Francês Willard organizou mulheres para apoiar a temperança. Algumas mulheres, como Jarena Lee, reivindicaram o direito de pregar.

A chamada Era Moderna tem sido caracterizada com termos sugestivos, tais como "liberal" e "democrática". Foi a época do desenvolvimento de impérios industriais e complexos urbanos.

A modernidade também foi caracterizada por idéias que incluem o capitalismo, o nacionalismo, o colonialismo e o darwinismo. Para os protestantes, a Era Moderna foi cheia de oportunidades e ansiedade. Protestantes liberais acreditavam que a fé religiosa é consistente com a crítica acadêmica. E que se pode descartar muito das velhas tradições, a fim de preservar a essência da mensagem cristã. Para os liberais, a pior coisa que os cristãos podiam fazer seria proteger ou isolar a Bíblia de seus críticos. Assim, para os protestantes liberais a Bíblia é um livro humano e histórico assim como a religião é um fenômeno humano.

O século 19 também testemunhou em ressurgimento conservador. E não apenas entre carolas (devotos) antiquados do tipo que interpretam literalmente os relatos da Criação no Gênese.

Os liberais alegavam que o homem tem a capacidade de conhecer o desejo de Deus. Os conservadores argumentavam o contrário: que Deus só é conhecido por meio da revelação bíblica.

Textos bíblicos mencionam o chamado "fim dos tempos" e espera-se que Jesus Cristo volte em glória.


Pré-milenaristas acreditavam que nos aproximávamos desse milênio. Rejeitavam a esperança liberal nas possibilidades humanas na Terra. Eles alegavam que a volta de Cristo seria um cataclisma carregando os crentes para fora do mundo para estar com Deus. "E eu vi o céu aberto: apareceu um cavalo branco e o seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e combate com justiça." (Se baseiam nesse versículo alguns pastores dessa linha teológica.)

Algumas visões milenaristas geraram novas religiões no século 19. A mais notável foram as igrejas adventistas que surgiram após um fazendeiro de Nova York, William Miller, prever que Cristo voltaria em 1844. Liberais e conservadores coexistiam sob a mesma denominação. Nos pontos extremos do debate, houve discussões notáveis incluindo cismas de denominações e até julgamentos de heresia. Mas tais conflitos não geraram grandes reajustes institucionais.

No século 20, o movimento ecumênico remodelou o juízo cristão sobre outras religiões. A postura antiga de rejeitar e condenar religiões não-cristãs foi questionada. A mensagem evangélica tradicional de simplicidade e clareza centrada na confiabilidade na Bíblia e na Salvação em Jesus Cristo, atraiu muitos seguidores na metade final do século 20.

Da mesma forma que os protestantes conservadores apoiaram causas politicamente conservadoras, também protestantes liberais atuaram ativamente a favor de causas politicamente liberais. Questões como homossexualismo, aborto, política externa e ambientalismo tornaram-se polêmicas religiosas. Elas invocam poderosos ideais e compromissos religiosos, quando cristãos deparam-se com questões que inflamam a vida política moderna.

"Protestante" é um termo amplo e flexível. Se indagarmos, poucos membros de igrejas protestantes se identificariam primeiro como "protestantes".

Uma provável primeira descrição seria "cristão" ou nome de uma denominação específica ou adjetivos definidores, como "evangélico" ou "pentecostal". Vários protestantes têm diferentes visões da natureza da igreja, do ministério, do culto e da autoridade religiosa. Eles celebram o batismo e a comunhão de modos diferentes e associam diferentes significados a esses dois sacramentos. E, apesar da diversidade das idéias protestantes ou da volatilidade que isso traz os compromissos fundamentais continuam a dar significado e vitalidade a essa grande e mundial expressão da religião cristã.

"Religions of the World" Series Narrated by Bem Kingsley (título traduzido como "História das Religiões", narrado por Kingsley)

Executive Producer “Luiz Florencio Tapia” (Produtor Executivo)

Esse vídeo é parte de: "A Greenstar Television"
©1998, HONA MUSIC All Rights Reserved ©1998, Religions Of The World, LLC All Rights Reserved 
 
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A tradução usada foi pelas "LEGENDAS VIDEOLAR", com alterações de algumas considerações como pontuações, tais como: vírgulas, acentos e outros. O texto segue fielmente ao original, sendo transcrito por Hudson Lebourg.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

A história do Protestantismo no Mundo Part. 2

Os religiosos radicais surgiram no inicio da reforma, este grupo representou o terceiro ramo do movimento protestante.
Há quatro tipos distintos de radicais:
1.    Teocratas revolucionários
2.    Espiritualistas
3.    Antitrinitários
4.    Anabatistas
Os teocratas e os espiritualistas surgiram no inicio da reforma, Tomas Müntzer alegou receber uma revelação que transcendia as escrituras. Alegava que, os escolhidos deveriam viver em separado.
Os antitrinitários vieram no Séc. XVI, o mais famoso, Miguel Serveto, físico e filósofo espanhol, preso em Genebra em 1553, foi julgado por heresia e condenado a morte. Sua execução foi considerada exagero e influenciou o futuro protestante.
Calvino participou do Julgamento de Serveto e para ele sua execução foi um triunfo da verdade sobre a heresia.
O termo anabatista é ainda utilizado para definir vários desses grupos radicais. Eles pretendiam restaurar a doutrina apostólica das primeiras comunidades cristãs (discípulos contemporâneos de Cristo).
O termo anabatista tem o significado de rebatismo ou rebatizar. É usado aos grupos que entendia que o batismo não é para crianças. Os anabatista achava que, o batismo é apenas destinado aqueles que tenham capacidade de confessarem sua fé.
Os mais significantes representantes do movimento são os irmãos suíços, menonistas e os huteritas, seu líder Menno Simon, nova Alemanha em 1540.
Na América do Norte, descendentes da tradição menonita incluem várias comunidades em áreas rurais de Estados e no oeste do Canadá. No Séc. XVI e seguintes os anabatistas foram presos e executados, os números de óbitos variam, as acusações eram violação das leis civis, rebelião e heresia.
Os anabatistas se sentiram com o sentimento de serem uma igreja mártir. Segundo o Dr. James L. Sullivan, é impossível reconstituir a história de um grupo que foi perseguido e morto.
Os batistas nunca afirmaram que a salvação vem pelo batismo, mas que, a salvação é através da fé. Batizam por imersão assim como aconteceu com Cristo (foi morto, sepultado e ressuscitou). O batismo vem depois da conversão, não é parte dela, é a representação do que aconteceu. Graças a fé do individuo, a sua antiga vida de pecado é enterrada e o batismo o ressuscita para uma nova vida em Jesus Cristo.
A Inglaterra foi um país católico por mais de 1000 anos, em 1509 subiu ao trono Henrique VIII casou-se com Catarina de Aragão, mas não foram capazes de ter um herdeiro real.
Por volta de 1527 Henrique entendeu que seu casamento haveria de ser dissolvido, mas o Papa recusou seu pedido de anulação. Em 1534 o parlamento inglês emitiu o ato de supremacia que proclama o rei Henrique VIII como chefe supremo da igreja na Inglaterra.   
A igreja anglicana é como se fosse à continuação da igreja católica na Inglaterra, com autoridade local, o rei.
No Séc. XVI se pretendia que a igreja na Inglaterra fosse uma igreja verdadeiramente nacional, uma igreja de todo o povo, de certa forma, o desenvolvimento lógico do que estava acontecendo na Europa.
Não estavam satisfeito com o poder internacional do pontificado, a igreja na Inglaterra se tornou um meio caminho entre o protestantismo e a igreja católica, mas existia o controle de sua própria igreja, que era o desejo de Henrique VIII.
Tomas Cranmer conseguiu resolver o problema de Henrique VIII, ao sugerir que o caso não fosse apresentado ao Papa, mas a teólogos e acadêmicos.
Para o anglicano o leigo batizado é tão importante como o membro do clero. E agora todos poderiam participar do culto, graças ao trabalho escrito por Cranmer para inclusão dos membros nas orações. Em 1533 Cranmer tornou-se arcebispo de Canterbury. Um dos símbolos de autoridade para este movimento é o bastão episcopal e a representação do bispo que é o principal líder do povo, com poder de salvar aqueles que precisam da salvação.
Com o aumento das perseguições, outros protestantes fugiram para cidades protestantes como Estrasburgo, Frankfurt e Genebra.
Quando a primeira mulher de Henrique VIII, Maria, faleceu em 1558 Isabel assumiu o trono da Inglaterra, esta filha de Ana Bolena a segunda mulher de Henrique VIII. Desde então, a Inglaterra voltou a ser um país protestante e os exilados puderam regressar.
Entre os anglicanos, havia um grupo chamado de puritanos, que nasceram em parte sobre uma disputa do governo da igreja. Defendiam, por exemplo, que os aparatos das roupas dos sacerdotes deveria ser usado nas ruas entre outras coisas.
Alguns desses puritanos ingleses poderiam ser chamados de presbiterianos. Os puritanos se preocupavam muito com seriedade, preparação e que Deus concretizasse a salvação individualmente.
Estavam convencidos que a verdadeira igreja de Deus não tem bispos e se limitavam apenas a ter um pastor instruído para o ensino da palavra ao contrário dos anglicanos tradicionais. Mais tarde receberam o nome de puritanos independentes e depois de congregacionistas.
Alguns desses independentes praticavam o batismo em crianças e adultos, e ficaram com o tempo conhecidos como os batistas.
continua...

terça-feira, 15 de julho de 2014

A história do Protestantismo no Mundo Part. 1


No Século de XVI ocorreu uma série dramática, protestos religiosos, sociais e políticos. Fez com que surgisse uma nova forma de cristianismo, sendo o terceiro grande ramo de religião na Europa aparecendo como rival do catolicismo (exceto Inglaterra) e da igreja ortodoxa (Inglaterra).
O movimento protestante se espalhou pelo mundo inteiro se tornando o maior movimento religioso da história.
Protestantismo ou Cristianismo Protestante deriva de protestação, o documento de protesto do ano 1529 assinado por 6 príncipes albanos que representavam as 14 cidades ao sul da Albânia.
O objetivo desta aliança se deu pela revolta da guerra imperial da Espanha que havia tentado unificar os territórios da Suíça, Áustria e Alemanha.
Os documentos declaravam dois princípios básicos:
1.    As Sagradas Escrituras como autoridade de Deus acima da autoridade do Papa
2.    A salvação do homem através da consciência e fé e não por dogmas da igreja
Foi por conta dos ensinos de Lutero que teve o estopim acima mencionado. Os governantes e líderes religiosos se reuniram, e intimaram Lutero a comparecer e a se retratar de seu manifesto com 95 artigos. O que culminou 8 anos depois na reforma protestante, propriamente dita.
Desta forma, o protestantismo nasceu como algo para reparar diferenças na cúpula da igreja. Na igreja romana não era autorizado aprovar qualquer teologia diferente da existente. Entretanto, Lutero defendia que para o homem é impossível ganhar a sua própria salvação, ela é oferecida gratuitamente, diferente dos ensinamentos da igreja na época.
Com a invenção da imprensa o acesso a Bíblia ficou muito mais fácil, muitos cristãos por si próprio queriam descobrir o que significavam as escrituras.
A Bíblia tinha sido traduzida na língua do povo e impressa e distribuída para ser lida e interpretada.
Logo, os protestantes começaram a se reunir, e a formar sua liturgia, e uma das primeiras coisas a modificarem, é que eles não fariam adoração a imagens, algo muito comum pela igreja romana.
O protestantismo era liderado ao norte da Europa por Martinho Lutero e ao sul por Ulrich Zwingli.
Foram os protestantes que introduziram a ideia de sacerdócio universal, ou seja, qualquer pessoa poderia ter acesso direto a Deus, não precisando mais da figura de um padre.
Mas havia um problema, uma vez que, se alegava que todo cristão era sacerdote, logo, teve que se fazer uma divisão administrativa. Então os padres na reforma protestante tinham como papel a tarefa de ensinar e não a de religar o homem a Deus.
Desde então, o sermão se tornou o ponto central do culto, o que até o momento não era praticado.
Houve surgimento de vários grupos. Alguns grupos como, por exemplo, os quakers opunha-se a chamada contratação de sacerdotes que aceitavam um pagamento por seus serviços.
Depois houve o surgimento de quatro correntes no protestantismo:
1.    Luteranos
2.    Reformista
3.    Radicais
4.    Anglicanos
Uma das mudanças significativas de Lutero (movimento luterano) foi sua tese referente à ceia. Agora não mais se ensinava a transubstanciação do pão e do vinho, mas apenas que, os mesmos representavam o corpo e o sangue de Cristo. Aboliu ainda, o ensino do purgatório, culto aos santos e a prática da penitência, pois não encontrou fundamento Bíblico.
Por sua vez, comentando acerca de Zwinglio (reformista), este era um sacerdote e patriota político, que assumiu a administração da igreja em 1519, Suíça. Ele tinha por costume pregar apenas o Novo Testamento. Pregava contra o jejum, oração aos santos, purgatório e a obrigação de pagar dízimos.
Assim como ocorreu com Lutero, os governantes e líderes religiosos se reuniram em Zurick, intimaram Zwinglio para um debate, nesta ocasião ele apresentou 67 artigos vários deles contra a ausência de regras e restrições religiosas.
No final os reformistas liderados por Zwinglio eliminaram muito mais dogmas da igreja católica do que os luteranos.
As igrejas reformadas na Suíça continuaram a ter vitral assim como na igreja “mãe” católica, mas durante a reforma, todas as obras de artes foram destruídas.
Outro fator relevante, é que a tradição protestante procurou desesperadamente encontrar um modelo Bíblico para justificar a hierarquia na igreja. João Calvino um sacerdote francês de Genebra , defendeu uma hierarquia dividida em 4 que alegava que foi instituída por Jesus Cristo, 1-Padres, 2- Doutores, 3- Anciões e 4- Diáconos.
João Calvino passou a ensinar que a ceia era apenas um memorial daquilo que Cristo tinha feito. Neste momento histórico, os protestantes não precisavam mais ir até o altar, mas passou a ser servida a ceia no seu próprio assento.
Continua...


sexta-feira, 11 de julho de 2014

A OUTRA FACE DO REAVIVAMENTO NA RUA AZUSA NO ANO DE 1906 – POR WAGNER PEDRO


De acordo, com as estatísticas há mais de 600 milhões de carismáticos e seguidores de movimentos pentecostais.
Cada membro da igreja que seja carismático ou pentecostal tem suas raízes do avivamento da Rua Azusa e, mesmo assim a maioria das pessoas não conhece a sua própria história.
Muitas pessoas pensam sobre o movimento da Rua Azusa e falam sobre falar em línguas. È muito mais que isso.
Era 1906, e Deus mostrou um modelo para a sociedade. Em 1906, as mulheres dos EUA não tinham o direito nem de votar, porém no movimento pentecostal da Rua Azusa elas tinham posições de autoridade e liderança na igreja.
Em 1906, havia segregações por toda a sociedade e ainda assim, Deus mandou um avivamento para os negros, hispânicos etc. Deus valorizou essas pessoas 50 anos antes de qualquer legislação civil.
Dizem os historiadores que o poder de Deus era tão forte na Rua Azusa que, às vezes pessoas caíam a um quarteirão do prédio pelo poder do Espírito Santo.
Em 1906 para os luteranos, o endereço de congregar era a Wittengurg University, para os wesleyanos e metodistas era Aldersgate, em Londres  para os pentecostais negros era na Rua Azusa 312.
Tudo começou na Rua Bonnie Brae, 214, tendo o endereço mudado para Rua Bonnie Brae, 216 em uma casa simples. Como em atos 2:4, eles falaram em línguas estranhas em suas reuniões.
Seymour um afrodescendente fazia encontros noturnos de orações em busca do Batismo com Línguas estranhas. Seymour, então, foi atrás de Lucy Farrow, que já era batizada e Jay. A. Warren, ambos moravam em Houston.
Em 6 abril Seymour e seu grupo entraram em uma abstinência de 10 dias determinados a conseguir o batismo. Em 9 de abril uma segunda-feira Seymour visita Lee em sua casa por volta das 18h para orar por sua recuperação de uma doença.
Lee é curada e pede para receber o Espírito Santo como sinal de cura. Em resposta a oração à prece de Seymour, Lee começa a falar em línguas.
Seymour e Lee vão até a Rua Bonnie Brae para o encontro de oração. Seymour começa com uma música e, depois, como é lembrado com várias orações e testemunhos. E por fim, começa um sermão jamais esquecido, anunciando o texto de atos 2:4.
Lee levanta os braços e surpreende a todos falando em línguas. Em seguida o grupo todo se ajoelha falando em línguas enquanto a irmã e o irmão, companheiros de Seymour chamavam o Deus de Espírito.
Quando a filha do casal entrou na sala havia um jovem profetizando na varanda. Jennie Evans Moore que morava na casa da frente começou a falar em línguas. Jennie não sabia tocar piano, mas preenchida com o Espírito, ela tocava lindamente e com uma linda voz, incrivelmente cantou seis línguas estrangeiras, com interpretação. Esse dom das línguas, de cantar e tocar continuaram até o fim de sua vida.
Neste dia, segundo alguns registros, dizem que Lucy Farrow, de Houston orou e colocou as mãos nas pessoas para receberem o batismo. Tudo ocorreu segunda-feira, 9 de abril de 1906.
A Lucy Farrow foi peça chave no ministério de Seymour, foi ela que contou como ser preenchida com Espírito, foi ela que Charles Parham usou para colocar as mãos e tirar as doenças em Houston, Texas, onde as pessoas foram preenchidas. Foi ela que Seymour chamou e fez com que fosse a Rua Bonnie Brae para que pessoas fossem preenchidas.
Os hispânicos assim como os negros também dizem que a Rua Azusa faz parte da história deles. Não há muitos nomes hispânicos que aparecem na missão da Rua Azusa.   
 Os hispânicos estavam lá desde o começo da Rua Azusa, inclusive a primeira pessoa salva nas reuniões da Rua Azusa foi um hispânico que trabalhava em um prédio na mesma rua.
A história registra alguns nomes: Um deles era de Abundio Lopez e sua esposa Rosa.  Outro era o de Alfred Valdez , este se tornou pregador renomado. E um terceiro nome é de Brígio Perez.
Neste período, Deus usa a George Montgomery que foi um investidor no mercado de ações e tinha um lugar na bolsa de valores de São Francisco. Ele tinha minas de ouro no México e usou o seus recursos para financiar os ministérios de Olazábal e Juan Lugo que haviam tido a experiência pentecostal. Após o movimento da Rua Azusa se espalhou a experiência pelo México e América do Sul através desses pregadores.
Nenhum movimento cristão teve tanto preconceito e perseguição, como o da missão da Rua Azusa. Os artigos de jornais chamavam as pessoas de loucas, malucas e muitos foram levados aos manicômios.
Alguns locais as mulheres caiam no chão e balançavam as pernas no ar, e quando a policia era chamada, fechava o lugar.
O jornalista G. Campbeel Morgan chamou o movimento pentecostal de “último vômito de satã”. Depois, outros falaram de bruxaria e possessão do demônio.
O primeiro livro contra o movimento chamava Demons and Tongue de Alma White.
Existem referências de história de pedras sendo atiradas em pastores, e de que alguns radicais espalhavam excrementos de cachorros nas teclas do piano, antes do inicio dos cultos, com o intuito de prejudicar a reunião.
Eles derrubavam as tendas dos irmãos no culto ao ar livre e algumas pessoas ainda eram mortas por causa de seguirem a fé pentecostal. Eles pagaram um preço por serem pentecostais.

Os pentecostais eram considerados fanáticos, eram considerados de classe baixa, eram considerados sem educação.
O movimento da Rua Azusa trouxe os milagres do Espírito de volta. Uma vez, uma parede foi coberta por muletas e aparelhos de pessoas que haviam sido curadas na Rua Azusa. Além de falarem em línguas, e das curas, ainda há registros que havia crianças que dançavam com o Espírito e profetizavam.
O líder Seymour era um homem de visão, relata a história que ele recebeu Florence Crawford no ministério, e ela ficava como líder na Califórnia, isto demonstra que ele era muito aberto em ralação a usar mulheres de várias formas que não haviam sido usadas antes.
Conforme a igreja cresceu, mudou os papeis das mulheres do movimento, cassaram seu poder de pregar, não permitiam que elas tivessem palavra igual ao governo da igreja.
Mas é importante mencionar que, em um período histórico de segregação, Deus levantou líderes negros para a igreja.
Uma das grandes histórias é de Charles H. Mason fundador da igreja de Deus em Cristo, mais de 350 pastores brancos se juntaram à igreja Deus em Cristo, com Mason com a finalidade de receberem a consagração de ministros.  E os brancos eram liderados por bispos negros o que era impensável na época. Esse foi um dos grandes milagres do movimento pentecostal.
Entretanto, durante esse período, de 1907 a 1914 houve muita discussão dos brancos convivendo com negros na igreja.
Desta forma, os brancos decidem e fazem uma assembleia em Hot Springs, em abril de 1914 e formam uma união com pessoas da Rua Azusa de Indianápolis de Ohio e arredores, e de Colorado. Eles formaram a Assembleia de Deus.
Em 1924 pentecostais brancos e negros, tinham vidas separadas.  Em 1948 quando os pentecostais brancos se juntaram a associação nacional de evangélicos os negros não foram convidados.
Então, eles formaram a Associação de Igrejas Pentecostais da América que era toda de brancos, em 1948.
Houve duras críticas, pois os pastores brancos, mandava dinheiro para ajudar na África, mas não faziam absolutamente nada para arrancarem a divisão de raça nos EUA.
Até que em 1994 alguns líderes da Assembleia de Deus e da Igreja de Deus em Cristo se uniram para uma reconciliação. A solenidade teve a participação do pastor Jack Hayford que foi um dos que discursaram.
Este trabalho acadêmico, não teve o desígnio de esgotar o assunto, mas apenas de trazer um resumo histórico, focando a história nunca antes contada que envolve preconceitos, racismos e intolerância religiosa.

   


RESUMO DA SÉRIE: COMO SE TORNAR UM LÍDER DE SEITA – POR WAGNER PEDRO

INTRODUÇÃO: A série "Como se Tornar um Líder de Seita" explora a trajetória de diversos líderes carismáticos que fundaram seitas ...