sexta-feira, 10 de junho de 2016

Tema: Como Manter a Igreja saudável e biblicamente correta nos dias atuais? – Por PR Luiz Flávio Curvelo de Jesus



(I)                O CENÁRIO DA IGREJA ATUAL:

Encontramos um grande problema na igreja atual, ela tem usado vários métodos para trazer crescimento, tem procurado mais fazer do que ser, está cada vez mais escasso o amor ao próximo, encontramos narcisismo egoísta, hiper individualismo, igrejas que só focalizam certo grupo de pessoas, pastores desiludidos, membros com medo de entrar numa igreja e ser extorquido. Existe um número muito grande de crentes insatisfeitos com a igreja atual e as livrarias estão repletas de livros e DVDs de pastores prescrevendo remédios para essas doenças.
A cada dia nascem uma heresia aberrante, pregações estimulantes que geram milagres em várias pessoas e frustram outros tanto. Por sugerir a negação dos sintomas ou a recusa de cuidados médicos em nome da fé. Em nome dessa fé a ortodoxia bíblica tem sido ridicularizada pela mídia.
A Teologia da prosperidade já chegou a provocar a morte de adeptos, tragédias que foram constatadas nos EUA e em Portugal. “Um dos casos mais conhecidos nos EUA é o de Wesley Parker, um garoto de onze anos que sofria de diabetes e cuja vida dependia do uso diário de injeções de insulina”. Depois de ser ministrado por um desses pregadores triunfalistas, Wesley chegou a sua rua dizendo que Deus o curara e seus pais não lhe deram mais injeções de insulina. Wesley passou a demonstrar um quadro com várias evidências de diabete, mas, seus pais convictos na cura do milagre, negligenciaram o remédio mesmo sob exortações sérias de seu pastor. Wesley acabou falecendo e seus pais foram presos. [1] Decepcionados com a graça.
Mario Justino de Souza, ex pastor da Igreja Universal escreveu um livro “Nos bastidores do Reino”, onde relatou que que após cinco meses que sua mãe morrera de câncer, sua irmã recebera um carta do pastor da igreja onde dizia que estava com saudades da irmã e que sentira falta dela nos cultos a cinco meses. No final o pastor assinou dizendo que era escravo da irmã em Cristo Jesus e para finalizar colocou uma mensagem de observação dizendo que fazia 5 meses que a irmã não entregava o dizimo.[2] Nos bastidores do Reino
Guiness diz que até igrejas teologicamente conservadoras tem aderido à secularização. Ele diz também que “as duas marcas mais facilmente reconhecíveis de secularização na América são a exaltação dos números e dos métodos”.[3] Jantando com o Diabo

(II)             - PREGAÇÃO EXPOSITIVA:

Não estamos buscando uma igreja perfeita  e sim saudável...
A principal tarefa de todo pastor é a pregação expositiva. É do consenso de vários pastores que todas as características que tornam uma igreja saudável estão interligadas com a prática primária da pregação expositiva.
O que é pregação expositiva?
R; Ela é geralmente descrita em contraste com a pregação tópica. O sermão tópico pega um tópico criado e o considera, em vez de usar um texto especifico das Escrituras como o seu assunto. O sermão tópico começa com um assunto particular sobre o qual o pregador deseja falar, exemplo (oração, a justiça, a paternidade, a santificação e etc...). Depois de escolher o tópico, o pregador reúne vários textos, de diferentes partes da Bíblia, e os combina com experiências e ilustrações do dia a dia.
O Sermão Expositivo de modo geral não nasce da escolha de um tópico ou assunto especifico que acho que a igreja deve ouvir. Pelo contrário, admito que toda a Bíblia é relevante para nós em todo tempo. Na meditação de um texto bíblico, na leitura dele em devoção para se preparar a mensagem, você encontra no texto coisas que não esperava encontrar. Você acaba surpreendido pela verdade primordial da passagem bíblica, e consequentemente pelo que deve se tornar o principal alvo do seu sermão.
A pregação expositiva não é apenas um comentário falado sobre determinada passagem da Bíblia. Antes, a pregação expositiva é aquela pregação que tem como alvo primordial do sermão aquela verdade bíblica salientada em uma passagem especifica da Bíblia. É isso. O pregador abre a Palavra e a expõe para o povo de Deus.
“Um compromisso com a pregação expositiva é um compromisso em ouvir a Palavra de Deus”... Mark Deber
Um pastor que não prática a pregação expositiva, provavelmente nunca pregará mais do que sabia quando começou todo seu aprendizado.
O pastor pode abrir um texto e ler um versículo que lhe trará grande bênção para sua alma, mas não aprendeu necessariamente o que Deus tencionava dizer por meio daquela passagem.
Quando o pregador prega regularmente de um modo que não seja expositivo, os sermões tendem a serem apenas os tópicos que interessam a ele.
O resultado é que o pregador e a congregação ouvem na Bíblia somente o que já pensavam quando chegou aquele texto. Não há nada novo a ser acrescentado ao entendimento deles. Não estão sendo constantemente desafiados pelas Escrituras.
A pregação deve sempre (ou quase sempre) ser expositiva, porque a Palavra de Deus deve estar no seu centro, norteando-a. De fato, as igrejas devem ter a Palavra como o seu centro, dirigindo-as.
Para que possamos entender melhor o valor da pregação expositiva passaremos a abordar três pontos importantes com relação à Palavra de Deus:
1º O papel das Escrituras em nos dar vida;
2º O papel  das Escrituras em nos santificar e
3º Qual o papel que deve ter o pregador da Palavra de Deus na igreja.
Iº) O papel da Palavra de Deus em nos dar vida:
Consideremos o inicio, onde a Bíblia começa. Consideremos (Gn 1). Ali vemos que foi por sua Palavra que Deus criou o mundo e toda a vida que há nele. Deus falou, e assim aconteceu. Em (Gn 3) vemos a queda de Adão e Eva, como eles pecaram e a consequência de seus pecados, foram lançados para longe da presença de Deus.
Eles perderam, literalmente, sua visão de Deus. Mas Deus em sua grande graça lhes enviou misericordiosamente sua voz, de modo que ouvissem a Palavra da promessa. Em (Gn 3:16) Deus amaldiçoou a serpente, Deus lhe advertiu que a semente da mulher a esmagaria. Essa pequena palavra é a primeira palavra de esperança que Adão e Eva receberam após seu pecado.
Em (Gn 12) Abraão ouve a Palavra de Deus e dessa forma o povo de Deus é criado pela Palavra de Deus. Abraão não fez um concilio para formar a Palavra de Deus, mas, esta criou o povo da promessa através da fé.
A expressão “a Palavra do Senhor” aparece mais de 3.800 vezes no A. Testamento.

IIº) O papel da Palavra de Deus em Santificar:
Temos que considerar, também, o papel da Palavra de Deus em nossa santificação. Como nos dias do rei Josias em (2º Cr 34), a Lei – a Palavra escrita  de Deus – foi redescoberta e lida para aquele rei. A resposta de Josias foi rasgar suas vestes, em arrependimento, e ler a Palavra ao povo. Uma restauração nacional ocorreu quando a Palavra de Deus foi anunciada. Deus usa sua Palavra para santificar seu povo e torna-lo mais semelhante a Ele mesmo.
Precisamos da Palavra de Deus para ser salvos, mas também para que ela nos desafie e molde continuamente.
Lembremo-nos do lema das igrejas reformadas:  eclesia reformata, semper reformanda secundo Verbum Dei” – a igreja reformada, sendo sempre reformada de acordo com a Palavra de Deus”.
Temos de ser moldados de novas e profundas maneiras, por meio do plano de Deus para nossa vida, e não por meio de nosso próprio plano.


(III) O Papel do Pregador da Palavra de Deus:
Se você está procurando uma boa igreja, a coisa mais importante que você deve levar em conta é “O que eu penso a respeito do papel do pregador da Palavra de Deus?”
A coisa mais importante numa igreja não é se todos os membros são agradáveis, se a música é boa ou não. Estas coisas podem mudar. Mais o compromisso da igreja com a centralidade da Palavra que vem do púlpito, do pregador, daquele a quem Deus dotou de modo especial e chamou ao ministério – este é o fator mais importante que você deve procurar em uma igreja.
Certa feita o reformador Martinho Lutero foi indagado sobre suas realizações, ele disse: “Simplesmente ensinei, preguei, escrevi a Palavra de Deus” não fiz mais nada...A Palavra fez tudo.

III - O EVANGELHO

O que significa Boas Novas?
R: As boas novas não são apenas que tudo está bem conosco, as boas novas não são apenas que Deus é amor; As boas não são apenas que Jesus quer ser nosso amigo; As boas novas é que devemos viver corretamente (Arrependimento – Fé).

IV - UM ENTENDIMENTO BÍBLICO DA CONVERSÃO

1º A mudança é necessária? 2º A mudança é realmente possível? 3º De que mudança necessitou? 4º O que esta mudança envolve? Assentimento Mental? Resolução Moral? Confiar apenas em Cristo 5º Como acontece esta grande mudança? Não fazemos nada? Fazemos tudo? Deus opera esta fé salvadora em nós
Iº) A mudança é necessária?
A Bíblia ensina claramente que uma mudança é necessária.
A) A Bíblia coloca que todos estão debaixo do pecado (Rm 3: 9-20). Diante do que a Bíblia nos ensina, podemos considerar duas importantes verdades:
1º Necessitamos desesperadamente de Deus; 2º Deus não deve sua graça a ninguém (O que Deus nos deve é justiça para com nossos pecados).
Na Bíblia encontramos figuras radicais que tratam de nossos pecados: estar em dívida – em escravidão – estar na miséria – estar morto. (Estamos numa situação desastrosa e temos de sair dela. É evidente que uma mudança é necessária).
IIº) A mudança é Realmente Possível?
Vimos como uma mudança é necessária, mas ela é realmente possível?
R: Muitos são incrédulos quanto a essa mudança, pensam que devem continuar como estão e que isso é maturidade. Acham que é inútil nutrir esperanças de que algum tipo de mudança fundamental ocorrerá: A mudança fundamental é apenas uma fantasia? Não, de acordo com a Bíblia.
A Bíblia ensina não somente que precisamos mudar, mas também que a mudança é possível (João 3; Atos 9; Efésios 2 e 1º Pedro 1). De acordo com a Bíblia, esta é a parte crucial das boas novas: a mudança é possível.
IIIº) De que mudança necessitamos?
R: Alguns acreditam que a mudança que deve ocorrer é ser mais desinibido em servir a si mesmo – aprender melhor como dispor os seus recursos para atingir seus objetivos. Ghandi explicou a conversão pela autopurificação e autorrealização. Outros dizem que conversão só pode ser apenas uma mudança que nos ajude a atingir nosso próprio potencial. Qualquer mudança tem de fortalecer a nós mesmos; nunca deve alterar fundamentalmente a nós mesmos ou convencer-nos do erro.
A Bíblia não trata conversão com “descobrir a nós mesmos”, e sim como “mudar de direção”. A Palavra arrependimento no Antigo e no Novo Testamento significa literalmente mudar de direção. Significa mudar de nossos pecados para o único Deus verdadeiro.
Alguém disse “O primeiro passo em direção ao Deus verdadeiro é reconhecer que não somos esse Deus”. A verdadeira mudança de que necessitamos é esta conversão de adorarmos a nós mesmos para adoração a Deus, de sermos culpados em nós mesmos, diante de Deus, para sermos perdoados em Cristo. Esta é a mudança de que necessitamos.
IVº) O Que esta mudança envolve?
1º) Assentimento mental...Muitos acham que conversão é apenas um assentimento mental. “Preciso somente fazer uma decisão, ir à frente após o apelo, fazer uma oração”. Outros acham que seria nutrir alguns sentimentos morais, unir-se a uma igreja, participar de programas e atividades e etc.
Entretanto, a Bíblia nos ensina que o tipo de mudança de que necessitamos envolve mais do que isso. Inclui deixar nossos pecados e voltarmos para Deus. Inclui o arrepender-nos de nossos pecados e seguir a Deus. A conversão envolve tanto a mudança do coração para com Deus como o crer e confiar em Cristo e em Sua Palavra.
O problema de pessoas que se acham convertidas, quando realmente não o são. O grande pregador de Londres no século XIX Spurgeon, certa feita andava na rua, quando um bêbado que se encostava a um poste lhe perguntou em voz alta: “Hei, Sr. Spurgeon, se lembra de mim? Spurgeon lhe respondeu: “Não, e por que deveria lembrar-me”? “O homem lhe disse: “Por que eu sou um de seus convertidos”“. A isso Spurgeon replicou: “Bem, você deve ser um de meus convertidos, mas certamente não é um dos convertidos do Senhor”.
2º) Resolução moral?
Outros creem que a conversão consiste apenas em viver uma vida boa. Se esforçar para possuir mais moralidade – uma coleção de resoluções morais próprias. Crê que a conversão é assumir a responsabilidade de desenvolver habilmente a própria moralidade, bondade – a própria retidão; purificar seus atos tornar-se mais aceitável aos olhos de Deus.
3º) Confiar apenas em Cristo

quinta-feira, 2 de junho de 2016

COMO DESPERTAR A IGREJA PARA O QUE REALMENTE IMPORTA? – Por Dr. Wagner Pedro Lima



Inicialmente citarei uma frase de Agostinho, senão vejamos:

 "Quando olhamos para a história o que precisamos ver é que a história trata de construir duas cidades."

A primeira trata-se da cidade de Deus (que visa desonrar os homens para honrar a Deus).
Na contramão, temos a segunda cidade que é a de homens (que visa desonrar a Deus para honrar a homens).
Uma se pode hipoteticamente se denominar como Jerusalém.
A outra hipoteticamente se pode denominar de Babilônia.
Cumpre mencionar que, seus fundamentos são antagônicos:
Pois na cidade de Deus, o que valorizamos e amamos é tão somente a Deus.
Novamente na contramão, na outra cidade o que valorizamos e amamos é tão somente a nós mesmos.
Agostinho fecha com brilhantismo o seu raciocínio dizendo que essas cidades coexistem (vizinhas uma da outra), uma tentando influenciar a outra.
            Neste sentido meu caro leitor, o que importa não é o que construímos nesta terra, pois aqui no máximo deixaremos um legado. Mas sabendo discernir as coisas espirituais, rapidamente percebemos que, importante mesmo é o que semeamos na Obra de Cristo que colheremos no porvir... É o galardão como recompensa no plano celestial, razão pela qual o que de fato importa a verdadeira Igreja de Cristo, representada por um grupo de embaixadores aqui nesta terra, são atitudes que produzimos na terra, mas que tenha reflexos nos céus. Pensando nisto, que citarei uma série de situações de competência da Igreja na terra, que ora seus reflexos se dão em um plano espiritual, ora seus reflexos se dão, apenas no plano terreno, o que é menos importante do que à primeira.


1 – IGREJA: NATUREZA, CARACTERISTICAS E PROPOSITOS.

A)    Definição: A igreja universal é a comunidade de todos os cristãos de todos os tempos e locais (composta de todos os salvos). Logo, o que primeiro devemos deixar claro, que Igreja não é um edifício onde se faz um ajuntamento de pessoas, mas ao contrário, a Igreja se trata justamente das pessoas em si. Mas não pessoas que se reúnem apenas, como se fosse uma associação de bairro ou algo do gênero, mas pessoas que obedecem as Sagradas Escrituras deixadas por nosso Criador. 

B)    Legado do Antigo Testamento: Muitos cometem o ledo engano, de afirmar que o conceito de Igreja, se dá apenas no Novo Testamento, desprestigiando até mesmo o passado contido no Antigo Testamento. Porém, se formos ser criteriosos, observamos que a palavra grega para IGREJA (ekklesia) aparece igualmente designando o povo de Israel no deserto (Atos 7:38).

A propósito, a palavra ECLÉSIA é usualmente utilizada com a expressão “TIRADOS PARA FORA”, o que de certa forma, não deixa de ter sentido.  Porém, no grego secular designava “ASSEMBLEIA PUBLICA” assim como sua correspondente no Antigo Testamento QÃHAL que assim como a palavra grega refere-se aqueles que são “CHAMADOS” ou “CONGREGADOS”por Deus.  
Fonte: Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã

C)    Igreja invisível: A igreja invisível é a igreja como Deus a vê. (quero colocar aqui como um organismo espiritual, porque ela está viva).

D)    Igreja visível: A igreja visível é a igreja como os cristãos a veem (quero colocar aqui como organização material, praticamente na sua forma burocrática).

Neste sentido, para fins legais, se equipara a uma associação, nos termos do artigo 53 do Código Civil Brasileiro:

“Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizam para fins não econômico”.

Interessante frisar que, apesar da Lei conferir a ideia de que a Igreja seja sem fins lucrativos, a busca por abertura de uma Igreja com o intuito de lucratividade tem aumentado assustadoramente.

Cumpre mencionar que, tanto Lutero como Calvino disseram que a Igreja Católica Romana tinha a forma externa, a organização, mas era apenas uma concha. Olhando para as Igrejas dos derradeiros dias, esta afirmação dos reformadores é atualíssima.

E)    Local físico: Existe o abuso da ideia que Igreja só existe se for feita com reuniões em templo físico e desde que documentalmente constituídas. Não obstante, impossível negar que uma reunião frequente em uma casa deixe de ser uma igreja. Aliás, temos base bíblica para tanto (Romanos 16.5) e (I Coríntios 16.19).


F)     Desigrejados:

Esclareço ainda que, apesar da Igreja dispensar formalidades para se afirmar ser Igreja genuinamente, tenho ressalvas, no que diz respeito aos denominados “sem igrejas”. Com efeito, irei exteriorizar as minhas razões, que apenas para registro, são personalíssimas:

F.1 – Sou contra anarquia em qualquer âmbito, pois no fundo é motivado por insubordinação. Evidentemente, que não tenho o escopo de generalizar, mas é sabido, que muitos querem se autoproclamar pastores presidentes, ou ao menos, não querem se subordinar a ordem alguma.

F.2 - A igreja institucionalizada mesmo com erros produz frutos, o que entendo não ter a mesma extensão, uma mera reunião descompromissada em lares.

F.3 – Debaixo de uma autoridade vou ter alguém para me dar freios morais e me disciplinar se for o caso, o que não acontece em um contexto, que todos são pares uns dos outros, sem ter um líder publicamente conhecido e reconhecido.

F.4 – Na Igreja nos moldes tradicionais conhecidos, exercitamos a prática da comunhão (Ceia do Senhor) e da tolerância entre as pessoas (possível apenas com a convivência).

F.5 – Muitos querem fazer pensar, que uma reunião descompromissada, ninguém é superior a ninguém, dizendo assim, que estão a resgatar o modelo da Igreja Primitiva, o que é uma inverdade, pois no meu entender, o ajuntamento de pessoas sem a existência de um líder é uma utopia, e mesmo na época da Igreja Primitiva, não funcionava para os cristãos, como se as pessoas ali tivessem livre pensamento, fazendo o que bem se entendesse, sem dar conta de suas vidas a absolutamente ninguém.

F.6 – Igualmente, são pouquíssimas pessoas que tem maturidade Cristã de serem livres pensadores.

F7 – E por fim, sem o apoio da comunidade o risco de se apostatar da Fe é bem maior.

Em síntese, é o que me cumpria relatar acerca do tópico supra.

G)   Igreja e o Reino de Deus: Não podemos confundir Igreja com Reino. Na igreja não existe um monte de pessoas com aureolas sobre a cabeça. O reino se manifesta através da Igreja que prega as boas novas do reino. Quando nos convertemos, experimentamos em parte a manifestação do reino em nossas vidas espirituais, porém a plenitude do reino é futura. 

H)    Igrejas verdadeiras e falsas:

A declaração de fé luterana, chamada Confissão de Augsburgo (1530), definia a igreja como “a congregação de santos na qual o evangelho é ensinado corretamente e os sacramentos também são ministrados corretamente (artigo 7).
Fonte: Os credos da Cristandade – Philip Shaff

João Calvino afirmou: Onde quer que ouçamos a Palavra de Deus puramente pregada e ouvida, e os sacramentos ministrados conforme instituídos por Cristo, ali, e não se deve duvidar, existe uma igreja de Deus.
Fonte: Institutas de Calvino

            Por exemplo: Se uma igreja apesar de levar o nome de cristã, ensina que não se pode acreditar na Bíblia, e não creem ou talvez nem entendam o evangelho da salvação pela fé somente em Cristo, podemos afirmar que é uma falsa igreja.

I)       Cinco funções principais da igreja na terra:
I.1 – Adoração (Latreia): Aqui não está a se discutir a liturgia (ritual) que a cada denominação evangélica, faz conforme seus costumes locais, mas sim, a essência de um verdadeiro adorador, nos moldes bíblicos.

I.2- Pregação (Kerigma): Muito se tem dito sobre os pregadores da atualidade, mas são criticas, que diz respeito as características dos mensageiros, e são superficiais, pois cada individuo, tem seu temperamento, que reflete automaticamente na sua forma de se expressar. O que realmente importa, é que a mensagem seja Bíblica, preferencialmente expositiva e que aponte ao pecador o Cristo como seu Salvador.

I.3- Educação (Didache): É sabido que existem, diversos movimentos evangélicos, como tradicionais, pentecostais e neopentecostais. E os dois últimos, ainda engatinham, no que diz respeito a educação. E esta critica, não é felina, mas construtiva, pois percebo que paulatinamente, tem ocorrido uma melhoria. Mas o fato é que, a educação é importantíssima, e não apenas educação cristã, mas no geral. Aproveito ainda, o ensejo, para dizer que, o cristão deve se abrir mais culturalmente, se despindo de preconceitos. A exemplo, ainda em nosso meio, existem aqueles que condenam, até mesmo a teatros, o que, no geral, é falta de informação.

I.4- Comunhão – (Koinonia): Importantíssimo, e tema recorrente nas Sagradas Escrituras,e que apenas pretendo acrescentar, que na Igreja, os relacionamentos, devem ser menos interesseiros e fingidos como de costume, e que deve-se buscar, amizades verdadeiras, o que no geral, observamos certa dificuldades neste sentido entre os congregados, que focam muito no crescimento ministerial, deixando de lado, o que realmente se importa, seguir a PAZ com todos.

I.5- Serviço – (Diakonia): Aqui, o que observo, que as pessoas são servidoras, apenas enquanto ocupam a função diaconal, e quanto mais se cresce dentro da instituição, menos servidora se torna a pessoa. Assim o que recomendo, é a pratica do exercício do “lava pés”, ou seja, da humildade, independentemente se estamos em função de destaque na instituição.

2- PUREZA E UNIDADE

a)      Sinais de uma igreja pura: Uma Igreja pura, não significa dizer, uma Igreja composta de seres perfeitos e sem pecado. Mas uma Igreja se conhece pela suas Obras. A seguir, vamos apresentar uma lista, não exaustiva, mas exemplificativa, baseando-se na concepção do autor, do que realmente se importa:

A.1 – Pregação correta da Palavra
A.2 – Uso adequado das ordenanças
A.3 – Aplicação correta da disciplina
A.4 – Adoração genuína
A.5 – Oração
A.6 – Testemunho
A.7 – Comunhão
A.8 – Governo eclesiástico bíblico
A.9 – Poder espiritual no Ministério
A.10- Santidade de vida entre os membros
A.11- Cuidado entre os pobres
A.12 – Amor por Cristo

È de bom alvitre mencionar a Confissão de Fé de Westminster quando acertadamente nos diz: “As mais puras igrejas sob o céu estão sujeitas tanto a mescla doutrinária quanto ao erro”.

b)     Das divisões na Igreja:

João Calvino afirmava que: “o orgulho ou a autoglorificação é a causa e o ponto de partida de todas as controvérsias, quando alguém, reivindicando para si mesmo mais do que lhe cabe, mostra-se ansioso para ter outros sob o seu poder”.
Fonte: Comentário sobre 1 Co 4.6 (publicado em Português pela Editora Paracleto).

Além disso, ele afirma: “A ambição tem sido, e ainda é, a mãe de todos os erros, de todos os distúrbios e de todas as seitas”.
 Fonte: Comentário sobre Números 12.1

Acredito que, os motivos acima, não são os únicos motivos de divisão nas Igrejas, sobretudo, na minha modesta opinião, seguindo a dos autores mencionados, o orgulho e sede pelo poder, é sem dúvida o maior de todos os males, quando estamos falando em rachas dentro das Igrejas.

c)      Ordens absurdas não se deve obedecer: Seja em qual denominação estivermos, poderemos, nos depararmos com situações desagradáveis, em que, nos é ordenado a irmos contra nossos princípios e até contra princípios bíblicos. Entretanto, muitos são os textos bíblicos que podem ser citados para mostrar que desobedecer a uma autoridade não é errado quando se recebe ordens de cometer pecado (At 5.29;Dn 3.18;6,10), e que é possível ser desobediente e permanecer na igreja, buscando a reforma, salvo se for expulso do corpo da Igreja pela liderança.


3- PODER E GOVERNO DA IGREJA

a)      Poder definição: O poder da igreja está na autoridade dada por Deus para levar a efeito a batalha espiritual, proclamar o evangelho e exercer a disciplina da Igreja. Nossas armas, não são carnais, mais poderosas em Deus.

b)     Da disciplina: A mesma serve para restauração (levar o pecador ao comportamento correto) e de reconciliação (tanto entre cristãos como para com Deus).

Fonte: Disciplina na Igreja que cura – John White e Ken Blue

Outros importantes motivos para se aplicar a disciplina no seio da Igreja:
B.1 – Impedir que o pecado se espalhe
B.2 – Proteger a imagem e pureza da Igreja

Forma: No caso do membroMateus 18.15-17 (inicialmente tratar de forma particular excepcionalmente de forma publica)
              No caso dos líderes – I Timóteo 5.19-21 (desde que haja testemunhas, pode-se corrigir de forma publica, mas não é correto dar detalhes do pecado).

Sobre o tempo: Indeterminado. Porém, após perceptível fruto do arrependimento, e reparação de seu erro (se for o caso), a pessoa deve ser reintegrada IMEDIATAMENTE.


c)      Governo definição: Ato de administrar.

C.1 – Hierarquia – Herdamos esse conceito do catolicismo. Hierarquia significa no contexto eclesiástico “governo dos sacerdotes” e é derivada dos termos gregos equivalentes a “sacerdote” (hierus) e “governo” (arché).
C.2 – Principais modelos: Episcopal, Presbiteriano (defendido por Berkhof) e Congregacional (defendido por Strong).

Sobre formas de governo apenas citaremos o Episcopal. Pense o seguinte: Jesus não deixou um com autoridade sobre os outros, mas sim um grupo de 12 que tinham igual autoridade de governo (embora alguns se destacaram, um não tinha mais autoridade do que o outro). A exemplo, Pedro foi repreendido por Paulo (GL 2.11).

Jesus conhecedor da natureza humana estava evitando o abuso de poder, que naturalmente acontece com qualquer ser humano que tem excesso de poder sem o necessário controle ou supervisão por parte de outros.

O interessante, que este modelo inicialmente da Igreja Católica Romana, é seguido ainda por muitas igrejas que se denominam evangélicas.

            C.Peter Wagner admite que líderes fortes podem ser encontrados em várias formas de governo de igreja.
            Fonte: Livro: Levando sua Igreja para o crescimento.

Segundo Lutero: Entre os cristãos não pode haver autoridade superior; pelo contrário, cada um é submisso a todos os outros ao mesmo tempo. Assim Paulo diz na Carta aos Romanos, 12:3: “Que cada um tenha os outros como superiores a si próprios.” E na 1ª Carta de Pedro. 5:5. “Sejam todos submissos uns aos outros.” É também o que Cristo quer, segundo o Evangelho de Lucas, 14:10: “Quando o convidarem a bodas, tome o assento no último lugar.”
Não há entre os cristãos ninguém que seja superior aos outros, a não ser unicamente a Cristo. Que espécie de autoridade pode haver, pois, quando todos são iguais e têm o mesmo direito, o mesmo poder, o mesmo bem e a mesma honra e quando ninguém cobiça ser superior aos outros, mas cada um quer ser subordinado aos outros?
Certamente, onde houver seres desse gênero, seria impossível estabelecer uma autoridade superior, nem mesmo alguém haveria de querer, pois, sua maneira de ser e sua natureza não suportam ter um superior, uma vez que nenhum deles quer e pode ser superior. Mas onde não houver seres desse gênero, não há tampouco verdadeiros cristãos.

Continua.....

Mas os que são portanto os padres e bispos?

- Resposta: Seu governo não é nem uma autoridade superior nem um poder, mas um serviço e uma função, pois, não são colocados mais alto, nem são melhores que os outros cristãos. É por isso que não devem impor nem leis nem mandamentos aos outros, sem que esses tenham concordado e tenham dado sua permissão; seu governo consiste unicamente em difundir a palavra de Deus, em guiar graças a ela os cristãos e em triunfar sobre a heresia.
De fato, como já foi dito, não se pode governar os cristãos de outra forma senão unicamente pela palavra de Deus, pois, os cristãos devem ser governados na fé e não por meio externos. E a fé não pode vir pela palavra humana, mas somente pela palavra de Deus, como diz Paulo na Carta aos Romanos, 10:17: “A fé vem do que se ouve e o que se ouve vem da palavra de Deus.” Quanto àqueles que não creem, não são cristãos e tampouco fazem parte do reino de Cristo, mas do reino do mundo, a fim de que se possa coagi-los e regê-los pela espada e pelo governo exterior. Enquanto os cristãos fazem por si e sem coação tudo o que é bom e se satisfazem por si com a palavra de Deus. [...]

Fonte: Da autoridade temporal – Martinho Lutero

Pode-se se perguntar: em que se consiste, portanto, a diferença entre sacerdotes e leigos no seio da cristandade, uma vez que todos os cristãos são sacerdotes?
Resposta: a multidão abusou dos termos “sacerdote”, “padre”. “eclesiástico”, etc., aplicando-os ao pequeno grupo que agora denominamos estado eclesiástico. A única distinção que a Sagrada Escritura reconhece se reduz ao que ela chama sábios ou cristãos consagrados, ou seja, “ministros”, “servos”, “administradores” porque eles devem pregar aos outros cristãos, a fé e a liberdade cristã.
Com efeito, embora sejamos sacerdotes, não podemos todos oficiar ou assegurar o serviço divino e pregar. É o que diz São Paulo (1ª Epístola aos Coríntios 4:1 “Não queremos mais ser considerados senão como servidores de Cristo e como administradores do Evangelho”). Mas agora, dessa função de administrador surgiu uma dominação e um poder temporal e exterior tão pomposo e tão temível que o verdadeiro poder temporal não pode de modo algum lhe ser comparado, precisamente como se os leigos fossem outra coisa e não, cristãos.
Desse modo, desapareceu toda a compreensão da graça, da liberdade, da fé cristã e de tudo o que devemos a Cristo e do próprio Cristo. Em troca disso adotamos todos em massa as leis e obras dos homens e nos tornamos inteiramente escravos das pessoas mais vis que a terra jamais produziu.
Fonte: Liberdade do Cristão – Martinho Lutero

4- MEIOS DE GRAÇA DE DEUS NA IGREJA

A)    Definição: meios da graça são quaisquer atividades da Igreja que Deus usa para distribuir mais graça aos cristãos. Isso é o que realmente importa para a Igreja! Ou seja, o que Nosso Senhor Jesus espera que façamos na Obra Dele.

A seguir uma lista exemplificativa:

A.1 – O ensino da Palavra
A.2 – O batismo (ordenança)
A.3 – A Ceia do Senhor (ordenança)
A.4 – A oração uns pelos outros
A.5 – A adoração
A.6 – A disciplina na Igreja
A.7 – A oferta
A.8 – Os dons Espirituais
A.9 – A comunhão
A.10- A evangelização
A.11 - O ministério individual

Apenas para título de conhecimento, entre os sacramentos, os católicos acrescentam ainda a CRISMA (confirmação do batismo) e EUCARISTIA (preparo para a Ceia).

Observação, devemos tomar muito cuidado ao dizer que um é mais importante do que o outro, pois todos devem funcionar juntos, assim seremos Corpo de Cristo na terra.


5 – APENDICE

5.1 – Credo e Confissão de Fé

A)    Credo – Os credos são “interpretações precisas e autorizadas das Escrituras” (MCGRATH, Alister, 2005, p.109). O termo vem do latim, credo, que significa “creio, deposito confiança”. E um documento que tem o objetivo de resumir as doutrinas essenciais do cristianismo para facilitar as confissões públicas e conservar o pensamento cristão contra heresias.

B)    Confissão de Fé – E um documento usado para as declarações formais da fé cristã. Mas não basta uma declaração, tem que ser bem fundamentado nas Escrituras.

C)    Classificação – ecumênicos, católicos e evangélicos

C.1 – CREDOS ECUMENICOS - Segundo Philip SHAFF, os quatro credos ecumênicos são: 1- de Niceia, 2- de Atanásio, 3- dos Apóstolos e 4- Niceno.


C.2 – CREDOS CATOLICOS – E o feito por Roma, como forma de refutação a reforma protestante.

C.3 – CONFISSÕES EVANGELICAS - Segundo a Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã quatro são as confissões evangélicas: 1- Confissões de Augsburgo, 2- Helvética, 3- de Westminster e 4- Cânones de Dort.


6 – BIBLIOGRAFIA:


1.      Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã
2.      Os credos da Cristandade – Philip Shaff
3.      Institutas de Calvino
4.      Comentário de Calvino sobre 1 Co 4.6 (publicado em Português pela Ed. Paracleto).
5.      Comentário de Calvino sobre Números 12.1
6.      Disciplina na Igreja que cura – John White e Ken Blue
7.      Levando sua Igreja para o crescimento - C.Peter Wagner
8.      Da autoridade temporal – Martinho Lutero
9.      Liberdade do Cristão – Martinho Lutero
10. Teologia Sistemática - Wayne Grudem

RESUMO DA SÉRIE: COMO SE TORNAR UM LÍDER DE SEITA – POR WAGNER PEDRO

INTRODUÇÃO: A série "Como se Tornar um Líder de Seita" explora a trajetória de diversos líderes carismáticos que fundaram seitas ...