quinta-feira, 27 de março de 2014

Liberdade do Cristão – Martinho Lutero

Pode-se se perguntar: em que se consiste, portanto, a diferença entre sacerdotes e leigos no seio da cristandade, uma vez que todos os cristãos são sacerdotes?
Resposta: a multidão abusou dos termos “sacerdote”, “padre”. “eclesiástico”, etc., aplicando-os ao pequeno grupo que agora denominamos estado eclesiástico. A única distinção que a Sagrada Escritura reconhece se reduz ao que ela chama sábios ou cristãos consagrados, “ministri”, “servi”, “oeconomi”, ou seja, “ministros”, “servos”, “administradores” porque eles devem pregar aos outros cristãos, a fé e a liberdade cristã.
Com efeito, embora sejamos sacerdotes, não podemos todos oficiar ou assegurar o serviço divino e pregar. É o que diz São Paulo (1ª Epístola aos Coríntios 4:1 “Não queremos mais ser considerados senão como servidores de Cristo e como administradores do Evangelho”). Mas agora, dessa função de administrador surgiu uma dominação e um poder temporal e exterior tão pomposo e tão temível que o verdadeiro poder temporal não pode de modo algum lhe ser comparado, precisamente como se os leigos fossem outra coisa e não, cristãos.
Desse modo, desapareceu toda a compreensão da graça, da liberdade, da fé cristã e de tudo o que devemos a Cristo e do próprio Cristo. Em troca disso adotamos todos em massa as leis e obras dos homens e nos tornamos inteiramente escravos das pessoas mais vis que a terra jamais produziu.


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