O potencial da liderança de Moisés teve
origem na criatividade de sua família (Hb 11.23). Quando recusara aceitar o
status de neto do Faraó, ele demonstrou firmeza e convicção (v.24). Ele
escolheu ser maltratado e alienado, em vez de permanecer no conforto e na
segurança do palácio. Moisés expressou sua segurança pessoal de um homem que
reconhecera que Deus o tinha separado à parte para uma missão especial (vv.
25,26).
Sem medo perante a ira do rei, nem
imprudência, demonstrou fé nas promessas de Deus, as quais o mantiveram cativo
a Deus e seus propósitos por quarenta anos no deserto. Deus testou a paciência
de Moisés severamente, enquanto assistia sua vida mergulhando nas areias do
deserto, aparentemente, sem nenhum alvo desafiador ou resultados marcantes que pudessem
virar história.
Quando Deus, finalmente, o chamara para
abandonar o pastoreio das ovelhas do seu sogro, para assumir uma posição ímpar
de pastor da nação de Israel e libertar o povo do cativeiro, Moisés tentou
escapar dessa responsabilidade. Deus superou sua relutância natural, devido ao
seu impedimento de falar, para que, por fim, ele comunicasse bravamente a
vontade de Deus ao Faraó, ainda que naquele momento isso pudesse custar sua própria
vida.
Moisés demonstrou incríveis qualidades
de liderança durante os quarenta anos de jornada pelo deserto. A paciência, a
preocupação pela glória de Deus e a perseverança são as qualidades que
especialmente se sobressaem.
Quase que com a mesma importância foram
a sua coragem perante o perigo, a sua criatividade perante a rebeldia e a sua
mansidão diante de tribulações. Todos esses elementos de liderança de alta
qualidade são manifestos em Moisés.
Sua fama, depois de milhares de anos,
eleva-o ao nível de um dos mais extraordinários líderes de todos os tempos.A
atual análise de liderança mostra que as excelentes qualidades que Moisés
apresentara são tão necessárias hoje quanto elas foram três mil anos atrás.
Alguns líderes desenvolvem certos valores de âmbito pessoal. Por exemplo, James
J. Cribbin enfatizou a seguinte lista de traços:
A. Desempenho atual: É a habilidade de desempenhar bem as funções na posição atual que uma
pessoa se encontra. Moisés recebeu o melhor treinamento e educação disponível
no Egito. Como pastor das ovelhas de Jetro, ele foi completamente confiável.
B. Iniciativa: É a habilidade de ser um "auto-iniciador". Moisés tomou sua
posição ao lado dos rejeitados escravos hebreus contra o mestre-de-obra egípcio
que batia em um companheiro hebreu. Caso não tivesse a fibra de um líder,
certamente, Moisés não poderia ter escolhido se identificar com os oprimidos e
ter assassinado o opressor (Ex 2.12-13).
C. Aceitação: É a habilidade de ganhar respeito e vencer a confiança de outras
pessoas. Moisés levantou a questão de aceitação pelos israelitas desde o
começo. Ele sabia que quarenta anos passados no deserto do Sinai, tomando conta
de ovelhas, não era a experiência que a maioria consideraria como algo
essencial à liderança (Ex. 3.11). Deus usara de pragas e da função mediadora de
Moisés, infligindo aqueles julgamentos milagrosos, para ganhar o respeito dos
egípcios e também o dos israelitas.
D. Comunicação: É a habilidade de articular claramente o propósito e os alvos do
grupo. Embora Moisés acreditasse que não tinha eloquência, tendo sido afligido
com uma "boca pesada” (Ex 4.10) durante o curso de sua vida, ele exibiu
uma habilidade de comunicação incomum. A habilidade "de ter acesso"
às pessoas em vários níveis precisa fazer parte das funções de um líder. Em
várias ocasiões, Moisés teve que responder às murmurações e as incredulidades
dos israelitas com argumentos válidos e decisões persuasivas. Mais importante
ainda, ele foi especialmente perito em comunicar-se com Deus. Considere a
exposição do autor da conclusão de Deuteronômio:
"Nunca mais se levantou em Israel
profeta algum como Moisés, com quem o SENHOR houvesse tratado face a face"
(Dt 34.10). Um homem de oração é a exigência básica para a liderança cristã.
E. Análise e discernimento: É a habilidade de alcançar conclusões
idôneas baseadas na evidência. Moisés julgou corretamente a criação do bezerro
de ouro, e a sua adoração, como repúdio a Deus. De alguma forma, Arão não
demonstrou a habilidade para analisar o pedido da liderança israelita. Sua
análise foi tristemente prejudicada pela falta de discernimento, de tal forma,
que coincidiu com os desejos deles sem qualquer reação negativa (Ex 32.1-6).
Como um líder deficiente, Arão trouxe destruição à nação. O resultado foi o
caos espiritual, e milhares morreram como consequência.
F. Realização: É a quantidade e a qualidade de trabalho produzido através do uso
efetivo do tempo. Mais uma vez Moisés se sobressai nessa categoria. Foi ele
que, não somente liderou o povo para fora do Egito, mas também, deu a Lei, o
tabernáculo e as cerimônias pelas quais Israel tinha que se aproximar de Deus e
conhecer a sua vontade.
G. Flexibilidade: É a habilidade de adaptar-se a mudanças e de ajustar-se ao inesperado.
De um príncipe honrado na corte do faraó, a um pastor insignificante no Sinai,
até um porta-voz de Deus e líder de uma nação, Moisés demonstrou tremenda
adaptabilidade. Sua humildade ímpar o fez verdadeiramente maleável nas curvas e
travessas do caminho que Deus colocara perante ele.
H. Objetividade: É a habilidade para controlar sentimentos pessoais, uma mente aberta. A
reação de Moisés, à sugestão de Deus que ele haveria de destruir Israel da face
da terra e fazer de Moisés uma grande nação, demonstra como este era destituído
de sentimentos pessoais e de ambições orgulhosas (Ex 32.11-13). Uma breve
reflexão mostrará que cada uma dessas oito características foram refletidas na
liderança de Moisés.
Um estudo supervisionado pelo Fuller
School of World Mission em Pasadena, na Califórnia avaliou 900 líderes de
igrejas do passado e do presente, na esperança de descobrir quais os
comportamentos básicos que melhor podiam explicar sua eficiência. A primeira
convicção desses líderes afirma que eles acreditam que a autoridade espiritual
é um princípio básico do poder espiritual. Já que o impacto de uma vida flui do
poder espiritual de um homem, é necessário esclarecer que aqueles que têm
melhor servido a Deus são aqueles que têm vivido em relacionamento mais íntimo
com ele. Moisés alimentou sua intimidade com Deus através da oração, da
comunhão e da obediência.
Sabemos muito pouco sobre a mãe de
Moisés para tecermos comentários sobre o seu impacto na vida do filho.
Podemos ter. certeza, porém, que sua
criatividade, livrando a vida de seu filho (Ex. 2.3,4), e a coragem que ela demonstrou
aceitando a responsabilidade de criá-lo para a princesa egípcia, foram fatores
primordiais na formação do caráter de Moisés. Será que podemos justificar a
criação de um paralelo entre a mãe de Moisés e Susanna Wesley que teve um
impacto no mundo através da influência que ela exerceu nos seus filhos, John e
Charles Wesley, os fundadores do Metodismo do século XVIII, na Inglaterra?
Os segredos da criação dos filhos de
Susanna foram resumidos da seguinte forma:
1. Ela ensinou autoridade, pela sua
reverência.
2. Ela ensinou domínio, pela sua
satisfação.
3. Ela ensinou sucesso, pela sua
criatividade.
4. Ela ensinou sofrimento, pela sua
tolerância.
5. Ela ensinou responsabilidade, pela
sua regularidade.
6. Ela ensinou disciplina, pela sua
bondade.
7. Ela ensinou liberdade, pela sua
lealdade.
8. Ela ensinou planejamento, pela sua
determinação.
9. Ela ensinou propósito, pela sua fé.
10. Ela ensinou liderança, pela sua
iniciativa.
11. Ela ensinou vitória, pelo amor.
12. Ela ensinou domínio, pela sua
segurança.
13. Ela ensinou liberdade, pela sua
virtude.
14. Ela ensinou responsabilidade, pela
sua firmeza.
15. Ela ensinou alegria, pela sua
alegria.
É verdade que não podemos saber
completamente como a mãe de Moisés demonstrou essas virtudes. Porém, podemos
ter uma idéia de que as qualidades que o escolhido de Deus apresentara durante
os quarenta anos de exaustivos desafios e tribulações, foram instiladas por um
tipo de retaguarda que ele e os Wesleys receberam. Os primeiros sete anos de
vida de uma criança são os mais cruciais na formação da sua personalidade.
Será que as mães estão instilando
qualidades de caráter bíblico em suas crianças? Qual a influência que a televisão
e os filmes têm em nossos jovens? Será que eles estão sendo moldados para o
serviço de Deus, líderes que guiarão a Igreja e as organizações cristãs para o
próximo milênio de forma bem-sucedida?
Extraído do Livro: O
líder que Deus usa usa -Resgatando a liderança Bíblica para a Igreja no Novo
Milênio-RUSSELL P. SHEDD
E. Análise e discernimento: É a habilidade de alcançar conclusões idôneas baseadas na evidência. Moisés julgou corretamente a criação do bezerro de ouro, e a sua adoração, como repúdio a Deus. De alguma forma, Arão não demonstrou a habilidade para analisar o pedido da liderança israelita. Sua análise foi tristemente prejudicada pela falta de discernimento, de tal forma, que coincidiu com os desejos deles sem qualquer reação negativa (Ex 32.1-6). Como um líder deficiente, Arão trouxe destruição à nação. O resultado foi o caos espiritual, e milhares morreram como consequência.
11. Ela ensinou vitória, pelo amor.
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