quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A Morte – Por Wagner Pedro


1. INTRODUÇÃO


 
A idéia de ir para o céu tem perseguido o homem por séculos e determinado o estilo de vida de muitos. Os religiosos se guiam por sua fé, os esotéricos têm suas crenças, e os ateus dizem que não há nada.

Em busca deste depois foram elaboradas inúmeras obras de arte, sacrificadas milhares de vidas e dedicados esforços na política, religião, ciência e em praticamente qualquer área.

Além da morte existem verdades que esperam por nós, lá em cima, nos céus, onde Deus aguarda com as respostas.

2. A MORTE SURPREENDE


Para o jogador de futebol Marc-Vivien Foe (28 anos) da seleção nacional de Camarões, 26 de junho de 2003 era um dia especial em sua vida. Ele e seus companheiros iriam jogar contra a Colômbia a possibilidade de disputar a final da Copa das Confederações. Era Também um dia especial para sua esposa e família que esperavam ansiosos pelo jogo, num estádio superlotado. Naturalmente todos esperavam por uma vitória do seu time e um bom desempenho de Marc-Viven. Ele se preparava intensivamente para o torneio e como todos os outros jogadores trataram de estar em excelente forma física.

 O apito do juiz iniciou o jogo às 13h00 em Lyon, França. O time de Marc-Vivien jogava bem e aos nove minutos fez um gol que garantia sua colocação final contra a França.

Então aconteceu o inesperado. Aos 28 minutos do segundo tempo, sem nenhum motivo aparente, Marc-Vivien caiu, no momento em que voltava para ajudar a marcação. Nenhum de seus adversários o havia tocado, nem mesmo um dos jogadores de sua seleção. Com os olhos virados ele permanece estirado no chão! Chocados, os outros jogadores dão sinal ao departamento médico para fazer o atendimento.

Ainda em campo foi atendido pelo médico colombiano, Hector Cruz, que tentou “reanimá-lo”. Depois disso, na beira do campo, outros médicos tentaram, sem sucesso, por mais 40 minutos. Marc-Viven não reagiu a nenhuma tentativa de reavivamento e morreu, ali, no gramado, diante dos expectadores e das câmeras de televisão.

3. HÁ VIDA APÓS A MORTE?


Há vida após a morte? Esta é uma pergunta que tem deixado a humanidade perplexa por milênios. “Até mesmo teólogos ficam embaraçados quando se confrontam com [ela]”, diz Hans Kung, erudito católico.

O cristão acredita em céu e inferno. Os hindus, por outro lado, acreditam na reencarnação, já para os muçulmanos, após a morte, automaticamente, segue-se para o julgamento perante Alá.

Tanto budistas como católicos deixam as portas e as janelas bem abertas quando morrem alguém de sua família. Acende-se velas, e o caixão é colocado de modo que os pés do defunto fiquem na direção da porta da frente.

Desta forma, eles acreditam que essas medidas facilitam a saída do espírito, ou alma, do defunto de dentro da casa.

Os aborígines da Austrália, diz Ronald M. Berndt, da Universidade da Austrália Ocidental, acreditam que “os seres humanos são espiritualmente indestrutíveis”. Certas tribos africanas acreditam que, depois da morte, as pessoas comuns se tornam fantasmas, ao passo que as pessoas de destaque se tornam espíritos ancestrais, aos quais se dará honra e se farão súplicas como líderes invisíveis da comunidade.

Alguns adotam o ponto de vista, de que a vida consciente termina por ocasião da morte. Entre os que se negavam a crer na imortalidade pessoal estavam os famosos filósofos antigos Aristóteles e Epicuro, o médico Hipócrates, o filósofo escocês David Hume, o erudito árabe Averroés e o primeiro dos primeiros-ministros da Índia, após a independência, Jawaharlal Nehru.

4. ORIGEM DA DOUTRINA DA IMORTALIDADE DA ALMA


Pitágoras, famoso matemático grego, sustentava que a alma era imortal, antes dele, Tales de Mileto, considerado o mais antigo filósofo grego conhecido, achava que a alma imortal não existia apenas em homens, animais e plantas, mas também em objetos tais como um imã, visto que pode mover ferro.

No Irã, ou Pérsia, um pseudo profeta, chamado Zoroastro surgiu a. C. Ele introduziu uma adoração que veio a ser conhecida como zoroatrismo. Era a religião do império Persa, que dizia que a alma do justo ficava em alegria e a alma do mentiroso em tormento.

Os egípcios sustentavam que a alma da pessoa morta seria julgada por Osíris, o deus principal do mundo do além. Os egípcios também mumificavam seus mortos e preservavam os cadáveres de faraós em impressionantes pirâmides, visto que achavam que a sobrevivência da alma dependia da preservação do corpo.

Os babilônios também acreditavam que alguma espécie de vida, em alguma forma, continuava após a morte. Expressavam isso por enterrar objetos junto com os mortos, para uso deles no Além.

Cumpre mencionar, que tanto Sócrates como Platão retocaram o conceito que a alma é imortal, e o transformaram num ensino filosófico, tornando-se assim mais atraente às classes cultas dos seus dias e depois.

É cediço, que as testemunhas de Jeová, acreditam na doutrina do sono da alma. Segundo essa doutrina, as almas das pessoas que morrem ficam dormindo junto com o corpo.

5. IMORTALIDADE DA ALMA NAS RELIGIÕES ORIENTAIS


As tribos eurásicas, migratórias, trouxeram consigo à Índia a idéia de transmigração da alma, se espalhando por toda Ásia. Essa idéia agradou aos gurus Hindus, que se deparava com o problema do sofrimento humano, mesclando com o chamado lei do carma, desenvolveram a teoria da reencarnação, que é o suporte principal do hinduísmo.

O budismo foi fundado na Índia por volta de 550 a.C. Segundo a tradição budista, um príncipe indiano de nome Sidarta Gautaman, conhecido como Buda, fundou o budismo.

Visto que se originou do Hinduísmo, os ensinos são similares, para Buda, após a morte, se transmitia alguma condição ou força de uma vida para outra. Segundo o budismo, essa força não cessa com o não-funcionamento do corpo, que é a morte.

Desta forma, por este ensino, a existência, é eterna, a menos que a pessoa alcance o objetivo final do nirvana, e ficar livre do ciclo de renascimentos. O nirvana, não é uma vida após a morte, mas um completo estado de inexistência do ser. Vale frisar, que este pensamento do budismo altera dependendo o local, porque ele se ajustou aos usos e costumes de cada região.

Havia no Japão, antes do budismo, o xintoísmo, que entende que a alma que partiu, ainda conserva a sua personalidade, mas fica manchada por causa da morte. Para “lavar a alma”, os familiares em vida, devem fazer rituais em memória do falecido, só então este alcançara o paraíso.

Fundado por Lao-Tsé, o taoísmo, a pessoa que dele participa, buscando a união com a natureza se torna imortal. A busca pela imortalidade levou os taoístas a experimentar a produção de pílulas de imortalidade e alquimia.

Outra religião oriental é o jainismo, que foi fundado no século VI a.C. Seu fundador, Maavira, ensinava que todas as coisas vivas têm alma eterna.

6. A ALMA SEGUNDO A BÍBLIA


A palavra hebraica traduzida como “alma” é né-fesh, e ela ocorre 754 vezes nas escrituras hebraicas no antigo testamento. O nome hebraico refere-se ao inteiro ser vivo, ao individuo como um todo, p. ex. Gn 2:7.

É mencionada, mais de cem vezes no novo testamento, como psy-khé, muitas vezes, igualmente se referindo à pessoa como um todo, p.ex. Jo 12:27, At 2:43, Rm 13:1, I Ts 5:14, I Pe 3:20. Portanto, a alma também pode se referir a uma criatura viva.

Mas a alma também aparece ligada a questão da vida, p.ex. Êx 4:19, Js 9:24, II Re 7:7, Pv 12:10, Mt 20:28, Fp 2:30, em cada caso a palavra alma significa vida.

7. POR QUE MORREMOS?


 
Segundo o professor Eurico Bergstén[1], o pecado sujeitou o homem à morte, (Gn 2.17), o apóstolo Paulo escreveu que por um homem entrou o pecado no mundo, (Rm 5.12).

Existem três tipos de morte, pela ótica da teologia (física, espiritual e segunda morte), porém, estamos trabalhando nesta obra, com as duas primeiras.

A morte física começou desde o dia do pecado de Adão no Éden (Gn 3.19), assim com a morte, tem a separação do espírito, alma e corpo.

A alma segundo o entendimento do mesmo autor é a parte que orienta a vida do corpo, e estabelece o contato com o mundo em redor, enquanto o espírito é a parte do homem que lhe oferece a possibilidade de relacionamento com Deus.

8. QUE ACONTECE COM ALMA E O ESPIRITO NA HORA DA MORTE?


A alma e o espírito que deixam o corpo ficam a disposição de Deus para serem encaminhados ao lugar que corresponda com a vida que levaram, para ali aguardarem o dia da ressurreição.

O espírito/alma do justo para o paraíso, nos termos dos versículos, (Lc 23.43, II Co 5.8), onde gozarão descanso (Ap 14.13), consolação e felicidade (Lc 16.23,25).

Em outra situação é o espírito do injusto que irá para o hades, ou sheol em hebraico, um lugar de tormento, onde aguardarão a ressurreição para o julgamento final (Lc 16.22,23; Ap 20.11,12).

9. A MORTE PARA O VERDADEIRO CRISTÃO


Pelo fato de Jesus Cristo ter ressuscitado todos os crentes também ressuscitarão. Portanto, não precisamos nos desesperar quando uma pessoa crente a quem amamos morrer.

 Todos os crentes que viveram em todas as épocas estarão reunidos na presença do próprio Deus, sãos e salvos. Desse modo, a morte não é mais uma fonte de apreensão e medo. Cristo venceu e nós também venceremos a morte. Por essa razão, temos uma esperança além do tumulo.

10. ORIGEM DO VELÓRIO



Existem controvérsias, contudo um fato esta intrinsecamente ligada ao velório como conhecemos, entre os anos de 1.600 a 1.700 na Europa, muitas pessoas morreram envenenadas porque usavam utensílios de estanho, que oxidava com seu uso.

Mas os copos de estanho, quando misturados com bebidas alcoólicas, davam o que a medicina chama de narcolépsia, espécie de sono profundo, cuja pessoa neste estado, poderia ser facilmente confundida com um morto.

Desta forma, muitos vigiavam o corpo antes de enterrar, para verificar se a pessoa realmente tinha ido a óbito, deste costume, pode ser que deu origem ao velório do corpo.

11. COMO AS GRANDES RELIGIÕES VELAM SEUS MORTOS?



  1. JUDAÍSMO – Reunião de familiares e amigos. O caixão sempre fechado, ladeado de velas para que o espírito encontre um caminho iluminado. As mulheres cobrem suas cabeças com um lenço e os homens com o quipá. Não existem palavras de consolo, contudo, é possível um discurso de homenagem ao falecido. Em voz alta se faz a leitura de salmos.
  2. HINDUÍSMO – Ritual de preparação do corpo, seguindo-se da cremação.
  3. BUDISMO - Reunião de familiares e amigos. Os visitantes levam ofertas para os familiares do morto. O corpo é colocado em um caixão, com um rosário budista enrolado em suas mãos, junto ao caixão acende velas e incensos. Fazem orações e recitam textos considerados inspirados. Alguns oferecem alimento e água sobre um altar como símbolo do desapego.
  4. ISLAMISMO – O corpo deve ser sepultado depressa, e a cerimônia, serve para os familiares terem tempo de agilizar a burocracia para o enterro. Os homens se apresentam bem trajados, e as mulheres de cabeça coberta. Todos os presentes ficam envoltos do caixão, e rezam para que a alma do falecido siga em paz seu caminho. Em alguns funerais, tem música na cerimônia.
  5. CRISTIANISMO - Reunião de familiares e amigos geralmente recebe as condolências. O caixão é aberto para que as pessoas presentes, caso queiram toquem o corpo. Os católicos celebram a missa. Existe a presença de um padre que faz as exéquias (reza para encomendar o corpo) para a vida eterna. Uma cruz é colocada em cima do caixão e quatro velas são acesas ao redor. As velas simbolizam a luz de Cristo ressuscitado e são acesas para iluminar o caminho da alma até a eternidade. Os familiares recebem flores, que simboliza “primavera da vida que floresce na eternidade”.

12. CONCLUSÃO


Desde o momento do nascimento há a constante possibilidade de que o ser humano morra a qualquer momento; e esta possibilidade inevitavelmente se tornará um fato consumado.

A verdade sobre a alma e o espírito, liberta você do medo da morte, do medo dos mortos, do desespero por causa da morte dum querido.

 A palavra de Deus diz: “Todo aquele que crê em mim nunca morrerá.” João 11:26

 Em cristo tenha paz e esperança, porque Ele é a ressurreição e a vida.

 

 



[1]BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora CPAD, 1999, p. 177 e ss.   

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