segunda-feira, 29 de outubro de 2018

OS CUSTOS DA FACULDADE SÃO MAIORES QUE OS BENEFÍCIOS – DR WAGNER PEDRO


Pesquisas dizem que 53% dos alunos que entram em uma faculdade de 4 anos levam 6 anos para se formar e 1/5 dos alunos não se formam.

Fazendo meu bacharelado de 5 anos, gastei R$ 27.664,25 apenas com as mensalidades, fora transporte, alimentação e livros que acredito que chega em torno de R$ 50.000,00 mil reais. Estimo que levei basicamente o mesmo período de 5 anos para ganhar este valor após formado.

Igualmente, as faculdades não conseguem ensinar para os alunos o que eles precisam saber para obter o sucesso no mercado de trabalho. As faculdades que recebem diretrizes do MEC preocupam-se muito em teorias que pouco agrega na prática. No caso da faculdade de direito, após ter me formado, várias matérias já estavam obsoletas e precisei fazer cursos de atualizações.

Conforme visto nos dados citados há indícios de que estamos empurrando os estudantes para as faculdades sem estarem preparados para o grau universitário.

Em 2011 os empréstimos estudantis nos EUA passaram de um trilhão de dólares, e os números aumentam, mais de 2/3 dos estudantes estão endividados, isso é a metade do número de 1993.

A demanda por diplomas universitários subiu e continua subindo, eu chamo de a indústria dos diplomas. Porém o diploma nunca foi tão importante. O fato é que as pessoas com diplomas universitários não necessariamente conseguem empregos de acordo com a capacitação que escalam.

Neste sentido de um lado temos a proliferação de faculdades e cursos, o que faz com que ocorra a queda na qualidade do ensino, de outro temos as faculdades públicas que parece um sonho brasileiro.  Não obstante a possibilidade de ingresso em uma faculdade pública não se pode deixar de observar que existe a dificuldade em sua admissão, e começa pelo fato que famílias pobres não têm condições de pagar os cursos preparatórios para o vestibular.

Ou seja, o processo de admissão não é o ideal, haja vista a pressão social e financeira que representa e coloca sobre os alunos e suas famílias. Ao que parece, a pessoa que reprova em uma faculdade estadual ou federal, fica estigmatizada como alguém fadado ao insucesso.

Na prática o que vemos é o seguinte: universitários oriundo de famílias pobres em faculdades privadas e universitários de famílias ricas em faculdades públicas é a verdadeira inversão de valores.

Por fim, ainda pensando no paradoxo que é a educação no Brasil, o que me chama a atenção, que o acadêmico após um longo período de estudos, ao buscar uma colocação no mercado de trabalho, nem sempre vai encontrar salários condizentes com sua profissão ou oportunidades para um recém-formado sem experiência, razão pela qual explica porque vemos no Brasil engenheiros trabalhando com URBE, advogados com vendas e médicos com clinicas de estética clandestino por ai.

Afinal de contas, estamos no país que semianalfabeto se torna chefe de estado!

Um comentário:

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