Pesquisas
dizem que 53% dos alunos que entram em uma faculdade de 4 anos levam 6 anos
para se formar e 1/5 dos alunos não se formam.
Fazendo meu bacharelado de 5 anos, gastei
R$ 27.664,25 apenas com as mensalidades, fora transporte, alimentação e
livros que acredito que chega em torno de R$ 50.000,00 mil reais. Estimo que levei
basicamente o mesmo período de 5 anos para ganhar este valor após formado.
Igualmente,
as faculdades não conseguem ensinar para os alunos o que eles precisam saber
para obter o sucesso no mercado de trabalho. As faculdades que recebem
diretrizes do MEC preocupam-se muito em teorias que pouco agrega na prática. No
caso da faculdade de direito, após ter me formado, várias matérias já estavam
obsoletas e precisei fazer cursos de atualizações.
Conforme
visto nos dados citados há indícios de que estamos empurrando os estudantes
para as faculdades sem estarem preparados para o grau universitário.
Em
2011 os empréstimos estudantis nos EUA passaram de um trilhão de dólares, e os
números aumentam, mais de 2/3 dos estudantes estão endividados, isso é a metade
do número de 1993.
A
demanda por diplomas universitários subiu e continua subindo, eu chamo de a
indústria dos diplomas. Porém o diploma nunca foi tão importante. O fato é que
as pessoas com diplomas universitários não necessariamente conseguem empregos
de acordo com a capacitação que escalam.
Neste
sentido de um lado temos a proliferação de faculdades e cursos, o que faz com
que ocorra a queda na qualidade do ensino, de outro temos as faculdades
públicas que parece um sonho brasileiro.
Não obstante a possibilidade de ingresso em uma faculdade pública não se
pode deixar de observar que existe a dificuldade em sua admissão, e começa pelo
fato que famílias pobres não têm condições de pagar os cursos preparatórios
para o vestibular.
Ou
seja, o processo de admissão não é o ideal, haja vista a pressão social e
financeira que representa e coloca sobre os alunos e suas famílias. Ao que
parece, a pessoa que reprova em uma faculdade estadual ou federal, fica
estigmatizada como alguém fadado ao insucesso.
Na
prática o que vemos é o seguinte: universitários oriundo de famílias pobres em
faculdades privadas e universitários de famílias ricas em faculdades públicas é
a verdadeira inversão de valores.
Por
fim, ainda pensando no paradoxo que é a educação no Brasil, o que me chama a
atenção, que o acadêmico após um longo período de estudos, ao buscar uma
colocação no mercado de trabalho, nem sempre vai encontrar salários condizentes
com sua profissão ou oportunidades para um recém-formado sem experiência, razão
pela qual explica porque vemos no Brasil engenheiros trabalhando com URBE,
advogados com vendas e médicos com clinicas de estética clandestino por ai.
Afinal
de contas, estamos no país que semianalfabeto se torna chefe de estado!
Fantástico texto!
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